Os signos do afeto: subjetividade e formas de vida na obra Lavoura arcaica, de Raduan Nassar

Autores

  • Alex Fabiano Correia Jardim Universidade Estadual de Montes Claros –UNIMONTES-MG.

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2012v16n31p85

Palavras-chave:

Afeto, Transgressão, Identidade, Lavoura arcaica.

Resumo

Problematizaremos os signos de afeto no romance Lavoura arcaica e suas implicações na produção de uma "des-natureza" e de paradoxos. As passagens se darão do discurso litúrgico-moral até uma heterogeneidade que recusa o antigo pertencimento. No romance, razão, paixão e fé são representadas a todo instante nos diálogos da trama, servindo como justificativa dos discursos, sejam eles expressos pelo pai ou pelo filho. Raduan Nassar nos apresenta elementos da culpa, da lei, do castigo, do trágico, da morte e da alegria, todos eles, sob a forma de um fluxo narrativo descontínuo e visceral, onde as relações humanas são estabelecidas não só pelo dever, mas também por uma violência física e psíquica, onde o corpo "grita" muito mais alto que a racionalidade. O problema que cruzará o nosso texto será: que pode a criação literária enquanto obra de arte (criação estética) nos ensinar sobre as relações humanas? Escrever não estaria vinculado a uma "rachadura" do eu em lugar de sua recomposição? Que significa pensar ou dizer o mundo através da criação literária enquanto uma estética ou arte da escrita? Nesse caso, a literatura de Raduan Nassar constrói uma estética, seja pelo estilo da escrita, seja pelo ser de sensações que ela cria.

 

 

 

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Referências

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Publicado

07-12-2012

Como Citar

CORREIA JARDIM, Alex Fabiano. Os signos do afeto: subjetividade e formas de vida na obra Lavoura arcaica, de Raduan Nassar. Scripta, [S. l.], v. 16, n. 31, p. 85–96, 2012. DOI: 10.5752/P.2358-3428.2012v16n31p85. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/scripta/article/view/P.2358-3428.2012v16n31p85. Acesso em: 20 mar. 2025.

Edição

Seção

Dossiê: Estética