Os caminhos e os sentidos do exílio na poesia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2017v21n42p35Palavras-chave:
Exílio, Ensimesmamento, Exílio político, Poesia brasileira.Resumo
O exílio é uma questão universal e pode ser vivido dentro da própria pátria ou da comunidade – o aqui chamado exílio existencial, íntimo ou interior – e/ou vivido fora delas como o que se verifica com os deslocamentos humanos que ocorrem em toda a História, com destaque para os trágicos movimentos migratórios no século XXI. Comumente associado à situação resultante de deslocamento geográfico, o exílio também ocorre em lugares/espaços não geográficos, no interior do indivíduo. Esse indivíduo é banido de seu grupo social por não aderir aos valores compartilhados pela maioria, com isso torna-se um exilado. Na dimensão literária, existe uma tradição de poemas de exílio. Neste artigo, são analisados poemas que compõem a tradição brasileira de poesia de exílio. Para determinar a escolha e a análise dos poemas considerados “de exílio”, foram levados em conta a presença, na cena poética, dos seguintes aspectos: o exilado está fora de casa, tem consciência do exílio, é um ser sozinho, deseja um paraíso e passou por uma experiência de exílio anterior. As análises desses poemas são orientadas especialmente pelas reflexões teóricas de Denise Rollemberg, Edward Said, Homi K. Bhabha, Paul Ilie e Paul Tabori.
Downloads
Referências
ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião: 10 livros de poesia. 9. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. Tradução de Carlos Felipe Moisés; Ana Maria L. Ioriatti. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Tradução de Myrian Ávila; Eliana Lourenço de Lima Reis; Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
BORGES, Jorge Luis. Kafka e seus precursores. In: BORGES, Jorge Luis. Obras completas de Jorge Luis Borges. Tradução de Sergio Molina. São Paulo: Globo, 1999. v 2. p. 96-98.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. 1. ed. reimpr. São Paulo: T. A. Queiroz, 1983.
DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho de luto e a nova Internacional. Tradução de Anamaria Skinner. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.
FONSECA, Martha Lúcia Ferreira. A canção como poema: Chico Buarque e o eu lírico feminino. 2013. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Letras, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013. Disponível em: <http://www.cesjf.br/mestrado-em-letras-dissertacoes/2013/348--10.html>. Acesso em: 31 mar. 2017.
FIUZA, Alexandre Felipe. A censura à canção em espanhol durante a ditadura brasileira. Espéculo. Revista de Estudios Literarios, Madrid, año X, n. 33, jul.-oct. 2006. Disponível em: <http://www.ucm.es/info/especulo/numero33/censurab.html>. Acesso em: 31 mar. 2017.
GATTI, Luciano. Experiência da transitoriedade: Walter Benjamin e a modernidade de Baudelaire. Kriterion, Belo Horizonte, v. 50, n. 119, p. 159-178, jun. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2009000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 31 mar. 2017.
GRUEN, Wolfgang. O tempo que se chama hoje. São Paulo: Edições Paulinas, 1977.
GULLAR, Ferreira. Entrevista concedida a Antônio Carlos Secchin e outros. Poesia Sempre, Rio de Janeiro, ano 6, n. 9, p. 411-432, mar. 1998. Disponível em: <http://leiovejoeescuto.blogspot.com.br/2013/03/entrevista-de-ferreira-gullar.html>. Acesso em: 31 mar. 2017.
GULLAR, Ferreira. Poema sujo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.
HORSTMANN-NIEMANN, Hans-Joachim. Migração. Tradução de Egídio F. Schmitz. In: ENDERLE, Georges (Ed.) Dicionário de ética econômica. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 1997. p. 402-407.
ILIE, Paul. Literature and inner exile: authoritarian Spain, 1939-1975. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1980.
JABÈS, Edmond. Del desierto al libro. Tradução de Gastón Sironi. 2. ed. Córdoba: Alción, 2011.
JOBIM, Tom; BUARQUE, Chico. Sabiá. [S. l.]: Marola Edições Musicais, 1968. Disponível em: <http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=sabia_ 68.htm>. Acesso em: 31 mar. 2017.
KRISTEVA, Julia. Estrangeiros para nós mesmos. Tradução de Maria Carlota Carvalho Gomes. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
NEWTON JÚNIOR, Carlos (Org.). Ariano Suassuna 80, memória: catálogo e guia de fontes. Rio de Janeiro: Sarau, 2008.
PACHECO, Maria Abília de Andrade. Taiguara: a volta do pássaro
ameríndio (1980 - 1996). 2013. 305 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/14671/3/2013_
MariaAbiliadeAndradePacheco.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2017.
ROLLEMBERG, Denise. Exílio: entre raízes e radares. Rio de Janeiro: Record, 1999.
SAID, Edward Wadie. Reflexões sobre o exílio. In: SAID, Edward Wadie. Reflexões sobre o exílio e outros ensaios. Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 46-60.
SIQUEIRA, Sueli; ASSIS, Gláucia de Oliveira; DIAS, Carlos Alberto. As múltiplas faces do retorno à terra natal. Cadernos de Debates Refúgio, Migrações e Cidadania, Brasília, v. 5, n. 5, 2010. Disponível em: <http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/Publicacoes/2011/Caderno_de_Debates_5.pdf?view=1>. Acesso em: 31 mar. 2017.
TABORI, Paul. The semantics of exile. In: TABORI, Paul. The anatomy of exile. A semantic and historical study. London: Harap, 1972. p. 23-38.
TAIGUARA. Teu sonho não acabou. Intérprete: Taiguara. In: Sucessos de Taiguara. São Paulo: Odeon, 1979. Lado A, faixa 6. 1 disco sonoro.
TAVARES, Braulio. ABC de Ariano Suassuna. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.
VELOSO, Caetano. Como dois e dois. Intérprete: Roberto Carlos. In: ROBERTO CARLOS. Roberto Carlos - Detalhes. Rio de Janeiro: Sony Music, 1971. Lado A, faixa 2. 1 disco sonoro.
ZANDONÁ, Jair; ZUCCO, Maise Caroline. Casas em exílio: fragmentos do feminino em personagens de Orlanda Amarílis. Investigações, Recife, v. 24, n. 1, p. 177-202, 2011. Disponível em: <http://www.repositorios.ufpe.br/revistas/index.php/INV/article/view/1291/985>. Acesso em: 31 mar. 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio de qualquer colaboração implica, automaticamente, a cessão integral dos direitos autorais à PUC Minas. Solicita-se aos autores assegurarem:
- a inexistência de conflito de interesses (relações entre autores, empresas/instituições ou indivíduos com interesse no tema abordado pelo artigo), e
- órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa que deu origem ao artigo.
- todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".