A neoescravidão nos tempos hipermodernos
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.1678-3425.2024v9n16p145-156Palavras-chave:
Trabalho Escravo, Neoescravidão, Hipermodernidade, Centralidade do TrabalhoResumo
O que define uma sociedade escravista não é apenas a existência de trabalhadores escravos, mas a influência do trabalho escravo na produção de bens e valores dessa sociedade. Dessa forma, é possível afirmar que o trabalho escravo se apresenta como uma relação social de produção econômica e em que pese tenha estado presente em todas as sociedades, desde as mais antigas até as mais modernas, para obter uma compreensão escravista em sua atualidade, é preciso romper, com essa ideia associada ao momento histórico anterior à abolição da escravatura, no Brasil, bem como às formas históricas nos países que conviveram com a escravidão, ou seja, não é possível pensar o trabalho escravo na (hiper)modernidade com as categorias do escravismo histórico, portanto, o estudo trabalha com a neo escravidão. Desse modo, o presente artigo trará um recorte da história da escravidão no país e no mundo a fim de se chegar na neo escravidão nos tempos hipermodernos defendida pelo francês Gilles Lipovetsky, o qual prega que a sociedade hodiernamente se tornou individualista e foco no presente, careando a ideia de que o consumismo desenfreado dita regras e valores em busca do “novo sempre”. O presente estudo é relevante pois o trabalho escravo contemporâneo passa a ser analisado na relação de forças que se estabelece dentro do sistema capitalista, ademais, com o avanço tecnológico a escravidão digital se torna um problema atual que deve ser discutido. Através de uma vasta pesquisa bibliográfica sobre o tema, far-se-á uma análise crítica sobre a atual escravidão digital.
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