Desconstruir para disputar:

A desconstrução do poder, saber, e ser a partir da Filosofia Amefricana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.1678-3425.2024v9n16p157-167

Palavras-chave:

Colonialidade, Desconstrutivismo, Disputa epistemológica, Filosofia Amefricana

Resumo

Por reconhecer o campo filosófico como um local de privilégio branco, este artigo, por meio da revisão bibliográfica, repensou categorias do poder/saber/ser pela da lente da Amefricanidade, da filósofa Lélia Gonzalez, e da filosofia desconstrutivista, de Jacques Derrida. Essa aproximação entre as correntes teóricas tem o objetivo de somar na disputa de narrativas acadêmicas em relação àquilo que pode ou não ser considerado como filosofia. Como problema de pesquisa, o trabalho investigou como a epistemologia da amefricanidade pode ser articulada com a filosofia desconstrutivista. Utilizando-se de autores(as) amefricanos(as) e ameríndios(as) foram abertas possibilidades de reformulação de alguns fundamentos constituídos pela modernidade/colonialidade, com destaque para novas formas de resistir e re-existir em uma sociedade que continuamente reproduz violência sob corpos historicamente desumanizados. Conclui-se que promover uma filosofia amefricana, isto é, que tem como base vivências e experiências de pessoas amefricanas e ameríndias, nos conduz para um caminho epistêmico de reconhecimento de cosmovisões distintas da universal perpetuada pela modernidade/colonialidade.

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Publicado

2024-06-12

Como Citar

SILVA, Patrícia Silveira da. Desconstruir para disputar: : A desconstrução do poder, saber, e ser a partir da Filosofia Amefricana . Virtuajus, Belo Horizonte, v. 9, n. 16, p. 157–167, 2024. DOI: 10.5752/P.1678-3425.2024v9n16p157-167. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/virtuajus/article/view/32972. Acesso em: 13 ago. 2025.