A PROTEÇÃO INTEGRAL DOS ÓRFÃOS TERAPÊUTICOS: A VULNERABILIDADE DA SAÚDE DAS CRIANÇAS NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MEDICAMENTOS

Autores

  • Tanise Zago Thomasi
  • Marcelo Dias Varella

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7999.2017v20n40p143-189

Palavras-chave:

Medicamento. Crianças. Direito. Informação. Órfão. Terapêutico.

Resumo

Esse artigo analisa o desenvolvimento dos medicamentos pediátricos, estudando, para tanto, o que pode ser considerado desrespeitoso ao direito à saúde infantil, diante da vulnerabilidade das crianças em âmbito internacional e interno. Utilizando um método empírico, o artigo identifica e destaca as práticas farmacêuticas empregadas (conhecidas como “off label” e extrapolação de doses) e sua contrariedade à proteção integral dos seres em desenvolvimento. Os critérios qualitativo e quantitativo utilizados, revelaram omissão informacional aos consumidores de tais fármacos, pois rótulos e bula nacionais, não mencionam a técnica da bioequivalência empregada na sua elaboração. Internamente, problematizamos a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, a partir do recente caso conhecido como “importação da asparaginase chinesa pelo Ministério da Saúde brasileiro”. A carência de autonomia da vontade dos menores de idade, impõe redefinições jurídicas quanto à vida, à privacidade, sua discriminação, proibição de tratamentos desumanos e degradantes impactando no seu direito à informação. Contudo, a presente controvérsia envolvendo o tratamento médico infantil, ou seja, a ausência de segurança e eficácia da respectiva droga (asparaginase), não é exclusiva dela. Ao contrário, é característica da grande maioria dos medicamentos pediátricos, desprovidos de comprovação científica adequada, originando a expressão “órfãos terapêuticos”. Concluímos, que os protocolos médicos envolvendo menores de idade são negligenciados, não havendo regulamento nacional específico exaustivo sobre o assunto.

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Biografia do Autor

Tanise Zago Thomasi

Doutoranda em Direito pelo UniCEUB

Marcelo Dias Varella

Doutor em Direito pela Universidade de Paris, Panthéon-Sorbonne (2002). Livredocente em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (2013). Pós-Doutorado em Direito nas Universidades da California, em Berkeley; George Washington; e Georgetown (2011 e 2012). Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília. Foi professor convidado em várias universidades, no Brasil, na França, na Suíça, na Argentina, no México e nos Estados Unidos. Lecionou em diversos cursos para carreiras de Estado, na formação e no curso de altos estudos para diplomatas, para oficiais de chancelaria (MRE), especialistas em políticas públicas e gestão governamental (MP), analistas de comércio exterior (MDIC), advogados públicos (AGU), membros da magistratura e do ministério público, entre outros. Avaliador ad hoc junto a Capes, ao CNPq e a outras agências de fomento internacionais. Bolsista de Produtividade em Pesquisa nível I do CNPq. Autor de livros e artigos científicos no Brasil e no exterior, entre os quais Direito Internacional Público, Saraiva, 6a edição

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Publicado

2018-07-04