A FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA E A ENCARNAÇÃO COMO MISTÉRIO NOS PRIMEIROS TRABALHOS DE MAURICE MERLEAU-PONTY
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2015v6n12p591Abstract
RESUMO Este artigo mostra que a filosofia da existência do período inicial da obra de Merleau-Ponty revela uma problemática da encarnação e do mistério que visa a abertura da filosofia. Tal problemática assumirá transformações que resultarão, gradativamente, numa problemática da carne no debate ontológico do período final. Além das duas grandes obras do período inicial e algumas do período final, dar-se-á atenção especial a textos pouco conhecidos, tanto anteriores como imediatamente posteriores àquelas. Sempre em confronto com a Sexta Meditação metafísica, Merleau-Ponty elabora seu projeto intelectual através do exame do problema das relações entre a alma e o corpo, utilizando uma hermenêutica própria. O autor assume a “confusão” deixada de lado por Descartes, a qual foi revelada precisamente pela mistura da alma e do corpo. Tal perspectiva conduz à elaboração de uma nova questão que explicite a negligência da filosofia. Isto é, o idealismo cartesiano e kantiano destitui a realidade da verdade, a vida do pensamento e o existente do ser. Essa situação revela a necessidade de uma reforma da filosofia para instalá-la num território próprio, o terreno confuso da existência. E é assim que para explorar esse terreno indistinto ela deverá se fazer fenomenologia. Todavia, antes disso, através da perspectiva da filosofia da existência e da encarnação de Gabriel Marcel, Merleau-Ponty forja suas primeiras investidas contra a ontologia cartesiana do objeto. A problemática marceliana da encarnação – e sua afirmação central, “sou meu corpo” -, o orienta para uma reabilitação ontológica da experiência sensível. A variante epistemológica dessa mesma problemática, a noção de mistério, lança a encarnação contra a contemplação intelectualista, constitutiva do objetivismo. O autor radicaliza e aprofunda a originalidade de Marcel. A partir do corpo próprio, a existência como encarnação torna-se arquétipo de todo mistério enquanto sensível segundo a articulação passivo-ativo. O tema da encarnação passa a integrar toda obra do autor, alterando profundamente seu modo de filosofar.PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Existência. Encarnação. Mistura. Mistério. Abertura.
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