A FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA E A ENCARNAÇÃO COMO MISTÉRIO NOS PRIMEIROS TRABALHOS DE MAURICE MERLEAU-PONTY

Auteurs-es

  • Paulo Pimenta Marques

DOI :

https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2015v6n12p591

Résumé

RESUMO Este artigo mostra que a filosofia da existência do período inicial da obra de Merleau-Ponty revela uma problemática da encarnação e do mistério que visa a abertura da filosofia. Tal problemática assumirá transformações que resultarão, gradativamente, numa problemática da carne no debate ontológico do período final. Além das duas grandes obras do período inicial e algumas do período final, dar-se-á atenção especial a textos pouco conhecidos, tanto anteriores como imediatamente posteriores àquelas. Sempre em confronto com a Sexta Meditação metafísica, Merleau-Ponty elabora seu projeto intelectual através do exame do problema das relações entre a alma e o corpo, utilizando uma hermenêutica própria. O autor assume a “confusão” deixada de lado por Descartes, a qual foi revelada precisamente pela mistura da alma e do corpo. Tal perspectiva conduz à elaboração de uma nova questão que explicite a negligência da filosofia. Isto é, o idealismo cartesiano e kantiano destitui a realidade da verdade, a vida do pensamento e o existente do ser. Essa situação revela a necessidade de uma reforma da filosofia para instalá-la num território próprio, o terreno confuso da existência. E é assim que para explorar esse terreno indistinto ela deverá se fazer fenomenologia. Todavia, antes disso, através da perspectiva da filosofia da existência e da encarnação de Gabriel Marcel, Merleau-Ponty forja suas primeiras investidas contra a ontologia cartesiana do objeto. A problemática marceliana da encarnação – e sua afirmação central, “sou meu corpo” -, o orienta para uma reabilitação ontológica da experiência sensível. A variante epistemológica dessa mesma problemática, a noção de mistério, lança a encarnação contra a contemplação intelectualista, constitutiva do objetivismo. O autor radicaliza e aprofunda a originalidade de Marcel. A partir do corpo próprio, a existência como encarnação torna-se arquétipo de todo mistério enquanto sensível segundo a articulação passivo-ativo. O tema da encarnação passa a integrar toda obra do autor, alterando profundamente seu modo de filosofar.  
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia. Existência. Encarnação. Mistura. Mistério. Abertura.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Paulo Pimenta Marques

Paulo Pimenta Marques possui graduação em Filosofia (1984) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2012). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Fenomenologia francesa, em especial a fenomenologia de Maurice Merleau-Ponty. Participou de cursos de formação de professores na Newcastle University, Inglaterra (1993) e International House Hastings, Inglaterra (1993). Possui experiência de ensino e pesquisa no campo da filosofia, assim como experiência de ensino e coordenação no campo da língua inglesa como língua estrangeira.

Téléchargements

Publié-e

2016-01-03

Comment citer

Marques, P. P. (2016). A FILOSOFIA DA EXISTÊNCIA E A ENCARNAÇÃO COMO MISTÉRIO NOS PRIMEIROS TRABALHOS DE MAURICE MERLEAU-PONTY. Sapere Aude, 6(12), 591. https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2015v6n12p591

Numéro

Rubrique

ARTIGOS/ARTICLES: DOSSIÊ/DOSSIER