OS UMBRAIS DA ESCOLARIZAÇÃO
Avaliação e aprendizagem como biopolíticas de governamentalidades em educação
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v16n31p384-399Keywords:
educação, Governamentalidade, Biopolítica, Escola, aprendizagemAbstract
O artigo analisa as aprendizagens e as avaliações na educação na biopolítica e governamentalidade, destacando como essas práticas funcionam como dispositivos de controle nos processos de escolarização. A avaliação e a aprendizagem são vistas não apenas como técnicas pedagógicas, mas como modulações da subjetividade. O texto aborda a transição de uma sociedade disciplinar, focada no controle físico do corpo, para uma sociedade em que o foco se desloca para a subjetividade empresarial, regulada pela biopolítica. Nesse novo modelo, a educação não busca apenas a transmissão de conhecimento, mas também o gerenciamento dos estudantes. O artigo discute a relevância da biopolítica para a análise das práticas de avaliação e aprendizagem como formas de punir e moldar os indivíduos. Além disso, observa a influência de tendências como a gamificação, que tornam o aprendizado atraente, mas também alinham as práticas educacionais aos interesses do mercado. Por fim, é proposto uma reflexão sobre as práticas, sugerindo que, para uma educação verdadeiramente emancipatória, é necessário questionar as relações de poder, saber e subjetividade, buscando promover uma transformação dos processos educativos. A partir de um olhar foucaultiano manifesta-se o diálogo crítico com os processos de escolarização.
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