VERDADE E PÓS-VERDADE NO CAMINHO PARA EMAÚS
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v14n28p523-535Palabras clave:
Pós-verdade, Hermenêutica, ÉticaResumen
Compreendida no contexto da hermenêutica, ou seja, da prática interpretativa que procura encontrar na exegese de textos a verdade única ou a mais provável, o que se convencionou chamar de pós-verdade remonta à época clássica da cultura grega e prolonga-se até o momento contemporâneo, mas agora marcada por uma significativa mutação histórica em seu significado. Entendida em sua origem como a prática dominante dos sofistas, dedicados à possibilidade de oferecer argumentos válidos sobre qualquer assunto, verdadeiro ou falso, a pós-verdade do momento platônico constituía uma prática a ser condenada ou controlada. No momento presente, a possibilidade desse controle tende a desaparecer para dar lugar à proliferação de narrativas em que as fronteiras entre o falso e o verdadeiro tornam-se cada vez mais porosas. O presente ensaio tem por objetivo ilustrar esse desgaste do controle da verdade em dois momentos interpretativos da narrativa bíblica do “Caminho de Emaús” para, em um segundo momento, propor breve reflexão sobre a possibilidade de valores éticos no contexto da pós-verdade.
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