A CRÍTICA DE ROUSSEAU AO ILUMINISMO NA DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO DE ADORNO E HORKHEIMER
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2023v1nesp1p266-283Palavras-chave:
natureza, iluminismo, dialética, teoria crítica, civilizaçãoResumo
Discorre-se sobre a crítica de Rousseau ao Iluminismo, tendo como referência o Discurso sobre as ciências e as artes em que a razão, exaltada pelos iluministas, foi submetida à crítica, que toma uma dimensão maior quando a civilização passa a objeto de reflexão sobre o progresso negativo por ela expresso. Visa-se assim compreender a passagem do estado natural ao estado civil como degradação da natureza com o estabelecimento da propriedade privada, condição para o surgimento da pobreza, da miséria, do despotismo e da escravidão. Compreende-se assim o progresso como regressão moral em face da liberdade e da perfectibilidade, expresso pela educação dos colégios a serviço da dominação em nome das ciências e das artes, bem como pelos espetáculos promovidos por companhias de artes que visam a difusão da fantasia para o estímulo à produção e ao consumo de bens, materiais ou não. Trata-se assim da crítica ao Iluminismo que se desdobrará na Teoria Crítica expressa por Adorno e Horkheimer na Dialética do esclarecimento, onde vemos refletido o pensamento de Rousseau no que dizem os filósofos de Frankfurt a respeito da apropriação da ciência, da tecnologia e da cultura pelo capitalismo em suas diferentes vertentes.
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Referências
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