O PARADOXO DE JOHN LOCKE
LIBERDADE E ESCRAVIDÃO
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2177-6342.2025v2n2p20-34Parole chiave:
liberdade, escravidão, John Locke, direitos naturais, liberalismo clássicoAbstract
Este estudo investiga as concepções de liberdade e escravidão no pensamento político de John Locke, enfatizando a aparente contradição entre sua defesa dos direitos naturais e sua justificativa da escravidão. A pesquisa argumenta que essa dualidade reflete tensões e possíveis contradições em sua filosofia. Dividida em duas partes, a análise examina, em primeiro lugar, o conceito de liberdade natural, que Locke define como um direito inalienável e essencial à condição humana. Na sequência, investiga as justificativas apresentadas por Locke para a escravidão, com atenção especial às situações de guerra. A partir desse enquadramento, busca-se não apenas esclarecer as limitações do arcabouço teórico de Locke, mas também compreender como essas ideias influenciaram práticas sociais e políticas nos séculos subsequentes. A pesquisa também contribui para o debate contemporâneo sobre liberdade, direitos humanos e legado colonial, numa perspectiva crítica sobre a coerência de suas teorias em relação às condições de poder e dominação em seu tempo e oferece subsídios para repensar os fundamentos filosóficos do liberalismo clássico à luz de seus paradoxos internos.
Downloads
Riferimenti bibliografici
BOBBIO, Norberto. Locke e o Direito Natural. São Paulo: Edipro, 2024.
BRANDÃO, Rodrigo. O racismo no Iluminismo: notas sobre crítica filosófica e história da filosofia. Dois Pontos, v. 20, n. 2, 2023. Disponível em: https://revistas.ufpr.br. Acesso em: [dez, 2023].
BREWER Holly, Slavery, Sovereignty, and “Inheritable Blood”: Reconsidering John Locke and the Origins of American Slavery. The American Historical Review, Volume 122, Issue 4, October 2017, Pages 1038–1078, https://doi.org/10.1093/ahr/122.4.1038
FARR, James. Locke, Natural Law, and New World Slavery. Political Theory, vol. 36, no. 4, 2008, pp. 495–522. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/20452649. Accessed 24 Aug. 2023.
LASLETT, Peter. Introdução. In: LOCKE, John. Dois Tratados sobre o Governo. Tradução de Júlio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 1998. (Clássicos).
LOCKE, Jonh. Dois tratados sobre o governo. Tradução de Júlio Fischer e Introdução de Peter Laslett. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2020.
LOSURDO, Domenico. Contra-história do liberalismo. Tradução de Giovanni Semeraro. Aparecida - SP: Ideias & Letras, 2006.
MACPHERSON, C. B. The Political Theory of Possessive Individualism: Hobbes to Locke. Oxford: Oxford University Press, 1973.
OLSTHOORN, Johan; VAN APELDOORN, Laurens. This man is my property: Slavery and political absolutism in Locke and the classical social contract tradition. European Journal of Politica Theory, v. 21, n. 2, p. 253-275, 2022.
RENAULT, M. L’Amérique de John Locke. L’expansion coloniale de la philosophie européenne. Paris: Éditions Amsterdam, 2014.
SANTOS, Antônio Carlos dos. John Locke político: a marca da tolerância. 1 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2021.
SKINNER, Quentin. The Foundations of Modern Political Thought. The Renaissance. Vol. 1. Cambridge: Cambridge University Press, 1978. Available at: https://archive.org/details/quentin-skinner-the-foundations-of-modern-political-thought-vol-1_-the-renaissance-1978. Accessed on: august, 2023
UZGALIS, Willian. John Locke, racism, slavery, and Indian lands. New York: Oxford University Press, 2017.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
TERMO DE DECLARAÇÃO:
Submeto (emos) o trabalho apresentado, texto original, à avaliação da revista Sapere Aude, e concordo (amos) que os direitos autorais a ele referentes se tornem propriedade exclusiva da Editora PUC Minas, sendo vedada qualquer reprodução total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso ou eletrônico, sem que a necessária e prévia autorização seja solicitada por escrito e obtida junto à Editora. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado e o (s) autor (es), empresas, instituições ou indivíduos.