A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA FREIRIANA

práticas ressignificadas

Autores

  • Shirlei Barros Canto Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Cláudia Hernandez Barreiros Sonco UERJ
  • Helena Maria Alves Moreira UERJ

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2021v9n18p354-375

Palavras-chave:

Paulo Freire. Analfabetismo. Experiências culturais. Alfabetização humanizadora.

Resumo

O presente artigo visa elencar a abrangência das contribuições de Paulo Freire, por meio das reflexões acerca da prática alfabetizadora que agrega aos saberes culturais sistemáticos as experiências sociais dos educandos. O estudo baseou-se em pesquisa bibliográfica e análise de dados do IBGE. As práticas de Paulo Freire foram implantadas nas ações populares alfabetizadoras desenvolvidas no nordeste brasileiro quando o índice de analfabetismo no Brasil acometia cerca de metade do povo, em especial, os mais humildes e residentes no campo. Através de uma prática educacional dialógica e humanizadora, ocorrida em Angicos (RN), na década de 1960, Paulo Freire considerou a leitura minuciosa do mundo, a qual foi vivenciada por crianças, jovens, adultos e idosos, e serve ainda hoje de aprendizado para os educadores. Ao estabelecer um diálogo entre os saberes formais e não-formais, a teoria freiriana estimula pessoas que são oprimidas na sociedade, para que busquem o pertencimento a uma nação, através de um processo reflexivo do ontem, do hoje e do porvir que leva à libertação das amarras da ignorância. Aos educadores que desejam seguir Paulo Freire, fica a direção dada pelo próprio mestre, de que é preciso reinventá-lo, sempre; o que confirma o potencial de suas práticas ressignificadas.

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Biografia do Autor

Shirlei Barros Canto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda do Programa Interdisciplinar em Meio Ambiente, PPGMA-UERJ, Tutora das Disciplinas Pedagógicas do CEDERJ-UERJ.  Pedagoga, Bacharel e Licenciada em Letras e Mestre em Ensino, pela UERJ. Integrante do grupo Filosofias, Lógicas e Escritas Acadêmico-Afetivas (FLORA) e do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPe)

Cláudia Hernandez Barreiros Sonco, UERJ

Professora Associada do Departamento de Ensino Fundamental do CAp-UERJ atuando no momento como vice-diretora do instituto. Coordenadora da disciplina Gestão 2 no Curso de Pedagogia CEDERJ-UERJ. Pedagoga e Mestre em Educação pela UERJ e Doutora em Educação pela PUC-Rio

Helena Maria Alves Moreira , UERJ

Mestre em Ensino da Educação Básica, PPGEB/UERJ. Pós-graduação em Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva pela UERJ. Pedagoga pela UERJ.

 

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Publicado

2021-12-23

Como Citar

CANTO, Shirlei Barros; BARREIROS SONCO, Cláudia Hernandez; MOREIRA , Helena Maria Alves. A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA FREIRIANA: práticas ressignificadas. @rquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 9, n. 18, p. 354–375, 2021. DOI: 10.5752/P.2318-7344.2021v9n18p354-375. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/arquivobrasileiroeducacao/article/view/27515. Acesso em: 7 set. 2025.

Edição

Seção

Paulo Freire: utopia e práxis