NAS TRILHAS DO PACTO EDUCATIVO
o paradoxo das escolas de tradição católica
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2022v10n19p270-291Palavras-chave:
Escolas católicas, Novo humanismo, Pacto educativo, Lógica do capitalResumo
Um paradoxo se evidencia quando o tema é educação católica. Por um lado, o apelo do Papa Francisco para um humanismo cristão. Por outro, a adesão das escolas de tradição católica à lógica do capital. O objetivo deste artigo em forma de ensaio é responder à seguinte pergunta: é possível um humanismo proposto pelo Papa Francisco nas escolas de tradição católica no contexto da lógica capitalista? Para responder a essa indagação de forma negativa, buscamos compreender o pacto educativo do Papa Francisco e sua proposta católica de recolocar o ser humano no centro das atenções. Um caminho Benjaminiano, do presente iluminando o passado, foi crucial nessa compreensão. Os procedimentos metodológicos indicam para uma análise da configuração humanista dada pelas diretrizes para as escolas católicas advindas do Concílio Vaticano II e nos pronunciamentos institucionais do papa, no período de 2013 a 2019, no que se refere à educação. Como resultado desse ensaio, em relação ao campo educacional católico, foi a adesão explícita à lógica do capital, transformando instituições educativas de adjetivo católico em empresas educacionais, ou seja, a configuração de um outro pacto.