EDUCAÇÃO DO CAMPO NO ENSINO MÉDIO DE ALGUNS MUNICÍPIOS BAIANOS

Autores

  • Silvano da Conceição Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Arlete Ramos dos Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Vilma Áurea Rodrigues Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2024v12n21p453-478

Palavras-chave:

Currículo, Educação do campo, Ensino médico

Resumo

O artigo objetiva examinar a adequação do currículo do Ensino Médio para as necessidades e realidades dos estudantes do campo, incluindo a integração de conteúdos relevantes para a vida do camponês como estratégia de fortalecimento da identidade desses estudantes e diminuição das desigualdades educacionais. Com uma pesquisa qualitativa de abordagem exploratória, utilizamos dados produzidos por meio de questionário semiestruturado, encaminhado pelo Google Forms a docentes, gestores e coordenadores pedagógicos de escolas do campo que atendem ao Ensino Médio. Constatamos com o estudo que o currículo do Ensino Médio traduz o sentido mercadológico, imposto por documentos estruturantes forjados para manter o camponês na produtividade capitalista. Outro achado da pesquisa foi que não existe currículo pautado na realidade do estudante do campo, além da evidente necessidade de políticas de formação e de organização estrutural de um currículo com base na Educação do Campo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Silvano da Conceição, Universidade Estadual de Santa Cruz

Professor Titular da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e do Programa de Pós-graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC) e do Programa de Pós-graduação em Ensino (PPGEn), ambos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Foi Coordenador do Subprojeto Interdisciplinar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência na Linha de Ação em Educação do Campo, em convênio com a Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PIBID UESB/CAPES). Membro da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Educação de Campo, da Cidade e Movimentos Sociais (REDE PECC-MS). Coordenador do Grupo de Pesquisa "Legados Africanos e Indígenas, Relações Étnico-raciais Contemporâneas e Legislação Educacional" e desenvolve pesquisas nos seguintes temas: currículo, diversidade étnico-racial, formação docente, educação do campo, políticas públicas, movimentos sociais e identidade.

Arlete Ramos dos Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Professora Adjunta da UESB. Professora do PPGEd da UESB e do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Educação, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Pós-Doutorado pela Universidade Estadual paulista (UNESP). Doutora em Educação pela Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE/UFMG). Coordenadora do Grupo de Estudos Movimentos Sociais; Diversidade Cultural e Educação do Campo e da Cidade (GEPEMDEC)/UESB. Membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ciências Humanas da Educação (CEPECH/DCIE/UESC).

Vilma Áurea Rodrigues, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGEd, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Mestra em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino – PPGEn, na UESB, especialista em Coordenação Pedagógica, Alfabetização e Letramento, licenciatura plena em Pedagogia e Matemática, professora da Educação Básica com vínculo efetivo na rede municipal de Sebastião Laranjeiras-BA, Brasil; , participa do Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais, Diversidade, Educação do Campo e da Cidade – GEPEMDECC da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

 

REFERÊNCIAS

ARAUJO, R. M. L.; SILVA, L. T.; BOTH, A. L. C. M. Possibilidades de resistências à reforma do ensino médio em curso. Revista Brasileira da Educação Profissional e Tecnológica, [S.l.], v. 1, n. 22, p. 1 – 13, e14021, Jun. 2022. ISSN 2447-1801.

BAHIA. Bahia é o estado mais negro do Brasil, com 80,8% da população preta ou parda. SEI. 2023. Disponível em: https://sei.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4013:bahia-e-o-estado-mais-negro-do-brasil-com-80-8-da-populacao-preta-ou-parda&catid=8&Itemid=565&lang=pt . Acesso em: 20 de agosto. de 2024.

BONSANTO, F. A.; et al. Pensando Práticas Inclusivas na Educação Básica a partir de Paulo Freire: uma tomada de consciência do (a) professor(a). 2018. Disponível em:https://mail.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2018/TRABALHO_EV117_MD4_SA1_ID4959_04092018144714.pdf. Acesso em: 23 de agosto de 2024.

BRANDÃO V.J.;  ANJOS T.M. Educadores Baianos do Império à República. Modos de fazer Educação na Bahia. 2020.  Disponível em:https://modosdefazer.org/educadores-baianos-quem-sao/. Acesso em: 20 de agosto de 2024.

BRASIL. Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020. São Paulo: Editora Moderna, 2020. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2020/10/Anuario-Brasileiro-Educacao-Basica-2020-web-outubro.pdf Acesso em: 12 de setembro de 2024.

BRASIL. O que muda no Novo Ensino Médio. MEC, 2024, Disponível em : https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2024/agosto/o-que-muda-no-ensino-medio-a-partir-de-2025 

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 23 de agosto de 2024.

BRASIL. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica das Escolas do Campo. MEC. CEB/CNE nº 1, de 03 de abril de 2002. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/estrutura-organizacional/orgaos-especificos-singulares/secretaria-de-educacao-profissional/legislacao-atos-normativos/resolucoes-do-cne. Acesso em 20 de agosto de 2024.

BRASIL. Diretrizes complementares, normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do Campo. MEC. CNECEB nº 2, de 28 de abril de 2008. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2008/rceb002_08.pdf. Acesso em 11/09/2024.

BRASIL. Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Medida Provisória nº 746, de 22 de setembro de 2016a. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/medpro/2016/medidaprovisoria-746-22- setembro-2016-783654-publicacaooriginal-151123-pe.html. Acesso em: 01 de set. 2022. 

BRASIL. Lei Federal nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/2017/Lei/L13415.html. Acesso em: 01 set. 2024.

CALDART, R. S. Dicionário da educação do campo. São Paulo: Expressão, 2012. 

CORRÊA, S. de S.; GARCIA, S.R. de O. “Novo ensino médio: quem conhece aprova!” Aprova?  Revista Ibero-Americana de Estudo sem Educação, Araraquara, v. 13, n. 2, p. 604-622, abr./jun., 2018.

CONCEIÇÃO, S.; BRITO, P. F. A Educação Física como componente curricular de uma escola do campo do município Jitaúna/Bahia. Revista Brasileira de Educação do Campo, v. 3, n. 2, p. 433-450, maio/ago, 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n2p433.

COSTA, R.C. Os impactos do Novo Ensino Médio na Educação do Campo. 2022. Disponível em: https://nesef.com.br/impactos-da-implementacao-do-novo-ensino-medio/. Acesso em: 02 de agosto de 2024.

BRASIL. Dispõe sobre a política de educação do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. Decreto nº 7.532 de 4 de novembro de 2010.

ESTEVES, L. C. G.; ABRAMOVAY, M. “Juventude, Juventudes: pelos outros e por elas mesmas”. In: ABRAMOVAY, M.; ANDRADE, E. R.; ESTEVES, L. C. (Org.). Juventudes: outros olhares sobre a diversidade. Brasília: MEC, SCADI; Unesco, 2007.

FERRETTI, C. J. A reforma do Ensino Médio e sua questionável concepção de qualidade da educação. Estudos Avançados, 32 (93). May-Aug, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/RKF694QXnBFGgJ78s8Pmp5x/?lang=pt#. Acesso em: 23 de agosto de 2024

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 

FRIGOTTO, G. A reforma do Ensino Médio do (des)governo Temer. Revista Brasileira de Educação, v. 23, e 230058, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/ypLL3PnTmLQkFfr97q4s3Rf/?format=pdf&lang=pt 

GOODSON, I. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1997.

HERNANDES, P. R. A Reforma do Ensino Médio e a produção de desigualdades na educação escolar. Educação, [S. l.], v. 44, p. e58/ 1–19, 2019. DOI: 10.5902/1984644434731. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/34731. Acesso em: 12 set. 2024.

IBRAGIMOV, I.D. et al. O efeito da rotação do professor na aprendizagem dos alunos. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v.25, n. esp. 6, p. 3753-3765, dez. 2021. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/16136/14725. Acesso em 20 de agosto de 2024.

KUENZER, A. Z. A precarização do trabalho docente: o ajuste normativo encerrando o ciclo. In: MAGALHÃES, Jonas (Orgs.). [et al.]. Trabalho docente sob fogo cruzado [recurso eletrônico]. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2021. p. 235-250.

MOLINA, M. C., FERNANDES, B. M. O campo da Educação do Campo. In: Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Mônica Castagna Molina e Sônia Meire Santos Azevedo de Jesus (organizadoras). Brasília, DF: Articulação Nacional "Por Uma Educação do Campo”, 2004. 34 p. Disponível em: https://www2.fct.unesp.br/nera/publicacoes/ArtigoMonicaBernardoEC5.pdf. Acesso em: 28 de agosto de 2024.

ORTIZ, R. Mundialização: saberes e crenças. São Paulo: Brasiliense, 2006.

SAVIANI, D. O neoprodutivismo e suas variantes: neo-escolanovismo, neoconstrutivismo, neotecnicismo (1991-2001). In: História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores associados, 2007.

SANTOS, B. S. (2009), "Por que é que Cuba se transformou num problema difícil para a Esquerda?", Oficina do CES, 322. Disponível em: https://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Por%20que%20é%20que%20Cuba_Oficina%20322.pdf. Acesso em: 15 de agosto de 2024.

SANTOS, A. R. Aliança neodesenvolvimentista e decadência ideológica no campo: Os movimentos sociais e a reforma agrária do consenso. Editora CRV. 2016.

TROIAN, A.; BREITENBACH, R. Jovens e juventudes em estudos rurais do Brasil. Interações, Campo Grande, MS, v. 19, n. 4, p. 789-802, out./dez. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/xQRmPSyw4yBzZtXcwnccm3K/?format=pdf&lang=pt 

VÁZQUEZ, A. S. Filosofia da Práxis. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

Downloads

Publicado

2025-01-21

Como Citar

CONCEIÇÃO, Silvano da; SANTOS, Arlete Ramos dos; RODRIGUES, Vilma Áurea. EDUCAÇÃO DO CAMPO NO ENSINO MÉDIO DE ALGUNS MUNICÍPIOS BAIANOS. @rquivo Brasileiro de Educação, Belo Horizonte, v. 12, n. 21, p. 392–416, 2025. DOI: 10.5752/P.2318-7344.2024v12n21p453-478. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/arquivobrasileiroeducacao/article/view/34251. Acesso em: 22 abr. 2025.

Edição

Seção

Ensino Médio no/do Campo, Contra Hegemonia e o Projeto Territorial Camponês