Considerações sobre a implementação de uma intervenção de índole dialógica com crianças do ensino fundamental

Autores

  • Stela Maria Fernandes Marques Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
  • Regina Helena de Freitas Campos Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2014v2n4p6

Palavras-chave:

Intervenção dialógica, Diálogo socrático, Filosofia, Debate, Metacognição, Aprender a pensar.

Resumo

Este texto apresenta um estudo realizado em duas escolas de ensino fundamental de Belo Horizonte. Em cada escola participaram do estudo uma turma do 5º ano, considerada mais agitada, e uma de suas professoras. O estudo consistiu na implementação de uma intervenção de carácter dialógico e filosófico em sessões inspiradas no programa Filosofia para Crianças, que notadamente melhora o pensamento, habilidades de comunicação e competência social. Pretendeu-se observar se a intervenção tinha algum impacto na atitude agitada dos alunos. Foram recolhidos dados por meio de observações e questionários antes e depois da intervenção. Os resultados foram comparados e analisados sob quatro ângulos: disciplina, autoestima, criatividade e opinião sobre aprender a pensar bem. Apenas a avaliação da criatividade mostrou mudança negativa. Considerando o debate uma ferramenta pedagógica poderosa, cogita-se sobre o aumento da sua utilização em sala de aula e seu impacto na socialização e comunicação e possíveis consequências para o rendimento escolar.

 

ABSTRACT

This paper presents the results of a study conducted in two primary schools in Belo Horizonte, Brazil. In each school, one 5th grade class behaviourally challenging and one of its teachers participated in the study. Its aim was to involve pupils in a dialogic intervention, in sessions inspired in the Philosophy for Children programme, which knowingly boosts thinking, communication and social skills. We wanted to observe pupils´ response and ascertain whether the intervention changed their attitude of indiscipline. Data was collected through observations and before-and-after the intervention questionnaires. Results were compared and analysed under four parameters: discipline, self-esteem, creativity and opinions on learning to think better. All aspects showed improvement, except the evaluation of creativity. Considering that debates are powerful pedagogical tools, a discussion is presented involving a more prominent use of debate in the classroom, its contribution to the improvement of social and communication skills and possible impact on school attainment.

Keywords: Dialogic intervention. Socratic dialogue. Philosophy. Debate. Metacognition. Learning to think.

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Biografia do Autor

Stela Maria Fernandes Marques, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Possui Licenciatura em Pedagogia e ensino de Português e Inglês (ESECS, Portugal, 1999), Mestrado em Educação Especial (Newcastle University, UK, 2001) e PhD em Educação (Newcastle University, UK, 2006). Concluiu ainda estágio de Pós-doutorado em Educação (UFMG, Brasil, 2011). Entre 1999 e 2009 lecionou Português e Inglês para estrangeiros na Newcastle University, School of Modern Languages e Centre for Lifelong Learning de Sunderland University, na Inglaterra. Atuou ainda como tradutora e intérprete para agências de apoio a refugiados e asylum seekers no Reino Unido. No Brasil, lecionou no curso de Licenciatura em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (2009 - 2010), no curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (2011) e no curso de Administração da Faculdade FEAD - Centro de Gestão Empreendedora (2011 - 2012). Atualmente é Professora Adjunta e Pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e docente do Curso de Pedagogia da mesma instituição. Ainda na PUC-Minas, lecionou no curso de Ciências Penais da pós-graduação em Direito do Instituto de Educação Continuada e foi colaboradora do Núcleo de Assessoria Didático-Pedagógica, dando apoio à Coordenação e ao corpo docente do Curso de Engenharia Metalúrgica do Instituto Politécnico (IPUC). Atualmente é co-coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Profissão Docente (GEPPDOC) e colaboradora de projetos de extensão do Instituto da Criança e do Adolescente (ICA) da PUC-Minas. É membro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE). Áreas de interesse: profissão docente e formação de professores; metacognição, inovação pedagógica e programas de desenvolvimento cognitivo (thinking skills programmes/interventions); neurociência; necessidades educacionais especiais; educação especial e inclusão educacional; história da educação e memória; metodologias de pesquisa.

Regina Helena de Freitas Campos, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1974), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1980) e PhD em Educação pela Stanford University (1989). Realizou estágios como pesquisadora visitante na Universidade de Genebra e na École des Hautes Études en Sciences Sociales em Paris (2001-2002 e 2011-2012). Atualmente é professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais, pesquisador 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, presidente do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff. É líder do Grupo de Pesquisa em História da Psicologia e Contexto Sócio-cultural e pesquisadora do Laboratório de Psicologia da Educação "Helena Antipoff", na Faculdade de Educação da UFMG. Coordena também Acordo de Cooperação Acadêmica e Científica entre a FAE/UFMG e os Arquivos Jean Piaget, da Universidade de Genebra. Tem experiência na área da Psicologia Educacional, com ênfase em História da Psicologia Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia e educação no Brasil, história da psicologia educacional, representações sociais e educação, educação e direitos humanos.

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Publicado

2016-09-26

Como Citar

Marques, S. M. F., & Campos, R. H. de F. (2016). Considerações sobre a implementação de uma intervenção de índole dialógica com crianças do ensino fundamental. @rquivo Brasileiro De Educação, 2(4), 6–33. https://doi.org/10.5752/P.2318-7344.2014v2n4p6