Discursos higienistas para a educação primária no Pará (1900-1912)

Authors

  • Darlene da Silva Monteiro dos Santos Universidade do Estado do Pará
  • Mario Allan da Silva Lopes Universidade do Estado do Pará
  • José Arimatéa Gouveia dos Santos Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-8871.2021v22n36p9-23

Keywords:

Ensino primário, Higienismo, Discursos Científicos

Abstract

Este artigo tem como objetivo analisar como os discursos higienistas permearam as práticas e orientaram o ensino, de forma a legitimar um padrão higienista para educação primária do Pará no período de 1900-1912. É uma pesquisa documental que analisou documentos históricos como o relatório do 4º grupo escolar (1909), o jornal Província do Pará (1910), jornal Folha do Norte (1910), mensagem do governador do estado do Pará (1897), Revista A Escola (1900) e da Revista do Ensino (1911). Para dialogar com as análises, trazemos para o debate autores como Coelho (2002), Habib (2012), Foucault (1986), Mendes e Nobrega (2008), entre outros. A partir das análises das fontes entendemos que os discursos higienistas moldaram o que seria considerado ideal para as escolas. Desde as construções dos prédios escolares até a organização escolar, os discursos desses médicos e sanitaristas perpassaram por dentro dos debates educacionais no estado do Pará, construindo um modelo de educação correto, saudável e moderno, evidenciando assim uma grande discrepância social.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Darlene da Silva Monteiro dos Santos, Universidade do Estado do Pará

Doutoranda em Educação, na linha Saberes Culturais e Educação na Amazônia-PPGED-UEPA.Possui graduação no curso de graduação de licenciatura em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2007); Especialista em Docência no Ensino Superior - UFPA (2010); Especialista em Gestão Escolar - UFPA (2015) ; Mestre em Educação, na linha de Saberes Culturais e Educação na Amazônia - PPGED - UEPA (2018). É especialista em Educação da Secretaria de Estado de Educação do Pará - SEDUC/PA. Atua como docente da Secretaria Municipal de Educação de Belém - SEMEC. É pesquisadora do Grupo de Pesquisa História da Educação na Amazônia - GHEDA/UEPA, atuando na linha de pesquisa: História das Instituições Educativas, Intelectuais e Impressos. Tem experiência na área da Educação, com ênfase em Métodos e Técnicas da Pesquisa Científica, Psicologia da Educação e História da Educação. Desenvolve pesquisas na área da História da Educação, principalmente ligadas à História dos Intelectuais e Impressos Pedagógicos na Amazônia. Membro de entidades científicas, tais como: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPED , Associação Nacional de História - ANPUH e Sociedade Brasileira de História da Educação - SBHE

Mario Allan da Silva Lopes, Universidade do Estado do Pará

Doutorando em Educação (PPGED-UEPA); Mestre em Educação, na linha de Saberes Culturais e Educação na Amazônia (PPGED - UEPA); Graduado no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (UEPA); Integrante do Grupo de Pesquisa de História da Educação na Amazônia (GHEDA) da UEPA, atuando na linha de pesquisa: História das Instituições Educativas, Intelectuais e Impressos. Atualmente pesquisando na área da História da Educação na Amazônia no período Colonial. 

José Arimatéa Gouveia dos Santos, Universidade Federal do Pará

Doutorando e Mestre em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGECM) do Instituto de Educação Matemática e Científica na Universidade Federal do Pará. Possui graduação em Bacharelado (1999) e Licenciatura Plena (2002) em Ciencias Biológicas pela Universidade Federal do Pará. Na Secretaria de Educação do Estado do Pará é professor desde 2002, lecionando as disciplinas Ciências e Biologia. Participa desde 2010 do Grupo de Filosofia e História da Ciência da Educação na Amazônia (IEMCI-UFPA). Atuou na sede da Secretária de Educação em projetos de ensino voltados para os laboratórios de biologia,física e química (Multidisciplinar). Na trajetória docente da educação básica tem experiências em diferentes modalidades: Regular, Educação de Jovens e Adultos, Ensino Tecnológico e Sistema Modular de Ensino . Neste último ministrou disciplinas Biologia e Química em varias localidades culturalmente diferentes (ribeirinha, zona salgada, ilha do Marajó e áreas rurais do sudeste do Estado). Tem um histórico em projetos de Educação Ambiental,. No ensino superior atuou, como professor colaborador nas disciplinas Práticas Docentes VI (Ensino de Ciências com Alfabetização Cientifica e Educação Ambiental) e VII ( Uso de Tecnologias na Educação e no Ensino de Ciências, Experimentos e Investigação Científica no de Ciências) na Faculdade de Ciências Naturais - UFPA / Baixo Tocantins - Cametá.

References

QUARTO GRUPO ESCOLAR. Relatório do ano de 1909. Belém: Typografia do Instituto Lauro Sodré, 1909.

A PROVÍNCIA DO PARÁ. Belém: Typographia d’ O Futuro, 1910; 1912. p.02

BACELLAR, C. Uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, C. B. (Org.). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2005.

CASTRO, Germiniano de Lira. Higiene Escolar, A Escola, nº 2, Imprensa Oficial: Pará, outubro, 1900. p. 23-26.

COELHO, Geraldo Mártires. No Coração do Povo – O monumento à República em Belém 1891 – 1897. Belém: Paka Tatu, 2002.

FARIAS, William Gaia. A República no Pará: os primeiros momentos. In: SARGES, Maria de Nazaré dos Santos; RICCI. Magda de Oliveira (orgs). Os oitocentos na Amazônia. Pará: Açaí, 2013. p. 183-205.

FOLHA DO NORTE. Belém: Typoghaphia d’ A Folha do Norte; 1910. p. 02.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.

FRANÇA, Maria do Perpétuo Socorro G. S. A. José Veríssimo (1897-1916) e a Educação Brasileira Republicana: Raízes da renovação escolar conservadora. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas, 2004.

GONDRA. José Gonçalves. Artes de civilizar: medicina, higiene e educação escolar na corte imperial. XXIII Simpósio Nacional de História, Londrina, 2005. p. 1-8.

HABIB, F. N. Oswaldo Cruz e a febre amarela no Pará. – 2. ed., rev. e ampl. – Ananideua: Instituto Evandro Chagas, 2012.

LEÃO, Acylino. Educação, Revista do Ensino do Pará, nº 2: Imprensa Oficial, Pará, 1911.

LOPES, E. M. T.; GALVÃO, A. M. O. História da educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

LOPES, Mário Allan da Silva. Vitrine da República: a educação de crianças no 5º grupo escolar “Barão do Rio Branco” em Belém-Pa (1900-1912). Dissertação (Mestrado Acadêmico em Educação) – Centro de Ciências Sociais e Educação/Universidade do Estado do Pará, 2018

MENDES, Maria Isabel B. de Souza; NÓBREGA, Terezinha P. da. O Brazil-Medico e as contribuições do pensamento médico-higienista para as bases científicas da educação física brasileira. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, n.1, p.209-219, jan.-mar. 2008.

PARÁ. Mensagem dirigida ao Congresso Legislativo do Estado do Pará, pelo governador José Paes de Carvalho, em 02 de fevereiro de 1897. Belém, Diário Oficial, 1897.

PRIORE, Mary Del. Tempos de Mudanças e Medo. In: Histórias da Gente Brasileira. vol 3. República – Memórias (1889-1950): LeYa, Rio de Janeiro, 2017. p. 19-26.

SÁ, Dominichi Miranda de. A Ciência como Profissão: médicos, bacharéis e cientistas no Brasil (1895-1935). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.

SANTOS, José A. Gouveia; ALVES, José J. de Alencar. O Curso Regente Agrícola como Introdutor das Ciências e Técnicas Modernas na Amazônia. Revista História da Ciência e Ensino: construindo interfaces. Volume 10, 2014, p. 19-38. Acessado em 02 de NOVEMBRO de 2019. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/view/17346>. Acesso em 21 de fevereiro de 2020.

SARGES, M. N. (2010). Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912). (3ª ed.) Belém, PA: Paka-Tatu.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Cientifico. 23 ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

SOUSA, Célia Maria Paes de. Instituto Lauro Sodré: Instituição para Meninos Desvalidos no Pará. In. XII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 10, 2015. Curitiba. Anais [...]. Curitiba: EDUCERE, 2015. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20817_10731.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2020

STEPHANOU, Maria. Discursos Médicos e a Educação Sanitária na Escola Brasileira. In: STEPHANOU, Maria. BASTOS, Maria Helena Camara. (orgs). Histórias e Memórias da Educação no Brasil. vol. III. Séc XX. 4 ed. Vozes, Petrópolis. Rio de Janeiro, 2011. p. 142-164.

TEIXEIRA, Kelúbia Soares. Ciências Naturais no ensino profissional do Pará: Instituto de Educando Artífices e Instituto Lauro Sodré (1870/1901). Dissertação (Mestrado Acadêmico em Educação em Ciências e Matemáticas) – Instituto de Educação Matemática e Científica/ IEMCI/UFPA, 2019.

Downloads

Published

2021-06-30

How to Cite

SANTOS, Darlene da Silva Monteiro dos; LOPES, Mario Allan da Silva; SANTOS, José Arimatéa Gouveia dos. Discursos higienistas para a educação primária no Pará (1900-1912). Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 22, n. 36, p. 9–23, 2021. DOI: 10.5752/P.2237-8871.2021v22n36p9-23. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/cadernoshistoria/article/view/24303. Acesso em: 28 aug. 2025.

Issue

Vol. 22 No. 36 (2021): Free Theme

Section

Free Subject - Articles

License

By submitting any manuscript (articles, reviews, or interviews) authors automatically assign full copyrights to PUC Minas. Authors are requested to ensure:

The absence of conflicts of interest (relations between authors, companies/ institutions or individuals with an interest in the topic covered by the article), as well as funding agencies or sponsoring institutions of the research that culminated in the article.

Todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".