RELATO DE UMA PSICODRAMATISTA PRETA E OS COMPROMISSOS DO PSICODRAMA BRASILEIRO NO SÉCULO XXI
Palavras-chave:
Psicodrama, Poder, EspontaneidadeResumo
Esse texto foi construído a partir do convite para apresentação de uma Plenária no 24° Congresso Brasileiro de Psicodrama e 2° IAGP Regional Latino-Americano, resgatei o sentido político da História do Psicodrama para construir a fala problematizando o meu lugar de mulher negra. O Psicodrama é marcado em sua origem pelo contexto político e a Socionomia tem se consolidado ao longo destes mais de cem anos em permanente diálogo com a sociedade. No Brasil, a Grupoterapia chega na década de 40 com o Teatro Experimental do Negro e coloca em análise a questão da negritude e do racismo no país. Os instrumentos do Psicodrama são recursos terapêuticos imprescindíveis na busca pela transformação e na composição desse fazer implicado com a realidade, palco, protagonista, ego auxiliar, direção e plateia ampliam as possibilidades de pensar o real por meio da fantasia e intencionam o resgate da espontaneidade. Sendo assim, a ação dramática é relação de forças entre conservas culturais e espontaneidade e por isso se estabelece aqui um paralelo entre os conceitos de poder e resistência em Foucault, não há o interesse em estabelecer uma sinonímia entre os mesmos, mas enfatizar a relação de forças que os articula. É a partir desta compreensão que relato sobre a importância da fala e da escrita como exercício de resistência desta “outra”, “sujeita”, que sou eu, enquanto psicodramatista preta, destacando os aspectos interseccionais que compõem o cenário político e interrogando quais seriam os compromissos do Psicodrama brasileiro no século XXI.
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