Dentre as inflexões do espírito humano, destacam-se duas ocupações de grande valor que se apropriam da pauta humana de todos os tempos: existência e liberdade. A despeito de qualquer obviedade, é preciso perguntar: existência e liberdade são compatíveis? São concomitantes? Liberdade sugere escolha, coisa que fazemos todos os dias da nossa vida, mas escolhemos o nosso existir? Ou seremos livres independentemente das nossas escolhas? Considere-se que o ato humano de refletir parte de um ponto de vista (e parece não poder ser diferente); mas se ele advém de alguma perspectiva, de alguma anterioridade, esse ato será ainda livre? Antes do ato não haverá o existir da sua possibilidade? Mas é razoável falar de uma existência possível, de uma existência antes da própria existência?