Reflections on plurilingualism and language education in the Brazilian Context

Palavras-chave: plurilinguismo, educação linguística, línguas minoritárias, alemão como língua adicional

Resumo

A publicação da nova Base Nacional Comum Curricular, em 22 de dezembro de 2017, movimentou diversas discussões no meio acadêmico da área de educação linguística em línguas adicionais a respeito da mudança do componente “Línguas Estrangeiras Modernas”, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1996), que facultava aos estados e municípios a escolha da língua de acordo com seus contextos específicos, para o componente curricular “Língua Inglesa”, como única língua adicional de ensino obrigatório na Educação Básica. Tais discussões, por sua vez, impulsionam movimentos nacionais como o Fica Espanhol e o Moveplu (Movimento a favor do Ensino Plurilíngue). Ao mesmo tempo, vemos surgir e expandirem-se iniciativas como o projeto de escolas bilíngues da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, com a oferta de ensino de inglês, espanhol, francês e alemão em escolas públicas do município. Ainda em favor do plurilinguismo, temos também os 51 municípios espalhados pelo país que lograram a cooficialização de diversas línguas indígenas, além de línguas de imigração alemãs e italianas. Considerando todos os fatores expostos, este artigo tem como objetivo discutir caminhos para uma educação linguística que possa promover a manutenção e o desenvolvimento do plurilinguismo no Brasil. Para isso, o texto revisita a literatura que se deburça sobre o plurilinguismo e a educação linguística no país, trazendo à discussão o conceito de educação linguística intercultural e a proposta que vem sendo implementada no Rio de Janeiro, focando de forma mais específica, o ensino-aprendizado de alemão nas escolas bilíngues municipais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberta Cristina Sol Fernandes Stanke, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Possui Mestrado (2008) e Doutorado (2014) em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 2008, é professora adjunta de Língua Alemã na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é membro do corpo docente da pós-graduação lato sensu em "Ensino de Alemão como Língua Estrangeira" e atua na pós-graduação stricto sensu em Letras na área de Estudos de Língua. Atua principalmente nos seguintes ramos: formação de professores, ensino/aprendizagem de alemão como língua adicional/estrangeira, alemão para fins específicos, leitura em língua estrangeira, estratégias de aprendizagem, avaliação, motivação, cultura, inter- e transculturalidade.

Referências

ALTENHOFEN, Cléo V; BROCH, Ingrid Kuchenbecker. Fundamentos para uma “pedagogia do plurilinguismo” baseada no modelo de conscientização linguística (language awareness). In: BEHARES, Luis E. (Org.). V Encuentro Internacional de Investigadores de Políticas Linguísticas. Universidad de la República y Asociación de Universidades Grupo Montevideo: Montevideo, 2011. p. 15-24.
BRASIL. Lei no 4.024. Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 20 de dezembro de 1961. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.html. Accessed on: apr. 10 2023.
_________. Lei no 5.692. Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, 11 de agosto de 1971. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html. Accessed on: apr. 10 2023.
_________. Lei no 9.394. Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Accessed on: apr. 10 2023.
_________. Lei no 13.415, 16 de fevereiro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13415.htm#art2. Accessed on: apr. 10 2023.
_________. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017b.
_________. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
BROCH, Ingrid Kuchenbecker. Ações de promoção da pluralidade linguística em contextos escolares. Tese (Doutorado). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Programa de Pós-Graduação em Letras, 2014. 268 p.
BROSSI, Giuliana; SILVA, Marise P.; FREITAS, Carla C. “We can’t stop playing”: peraltagens e esperanças na educação linguística na infância. Via Litterae [ISSN 2176-6800] • Anápolis • v. 12, n. 2 • p. 171-192 • jul./dez. 2020.

CARBONI, Florence, BUENAVIDES, Débora Luciene; BARILI, Camila; MELEU, Suélen Martins. O plurilinguismo na história do Brasil: considerações exploratórias. Organon, Porto Alegre, v. 32, n. 62, 2017.

CAVALCANTI, Marilda. Estudos sobre educação bilíngue e escolarização em contextos de minorias linguísticas no Brasil. D.E.L.T.A., Vol. 15, N.º ESPECIAL, p.385-417, 1999.

FREITAS, Carla; KAWACHI-FURLAN, Claudia; BROSSI, Juliana; TONELLI, Juliana. Apresentação do Dossiê Temático: Educação Linguística na infância. Via Litterae [ISSN 2176-6800] • Anápolis • v. 12, n. 2 • p. 134-137 • jul./dez. 2020.

KAWACHI-FURLAN, Claudia; MALTA, Liliane. Teaching English with young learners: possibilities of critical language education. Via Litterae [ISSN 2176-6800] • Anápolis • v. 12, n. 2 • p. 153-170 • jul./dez. 2020.

KAWACHI-FURLAN, Claudia; ROSA, Marina M.. Mitologia do ensino-aprendizagem de inglês para crianças. Revista Estudos em Letras. v. 1, n. 1, p. 7-20, jul. - dez. 2020.

LANTOLF, James P., & THORNE, Steven L. Sociocultural Theory and the Genesis of Second Language Development. Oxford: Oxford University Press, 2006.

LEFFA, Vilson J. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contexturas, APLIESP, n. 4, p. 13-24, 1999. Disponível em: https://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/oensle.pdf. Accessed on: apr. 16 2023.

LIBERALI, Fernanda C. O desenvolvimento de agência e a educação multi/bilingue. In: MEGALE, Antonieta (Org.). Desafios e práticas na educação bilíngue. São Paulo, p. 77-92, 2020.

LORDELO, Eulina R.; CARVALHO, Ana Maria A. Educação infantil e psicologia: para que brincar?. Psicologia: ciência e profissão. Brasília , v. 23, n. 2, p. 14-21, June 2003.

Lorenz, Karl M. & Vechia, Ariclê. Inovação Curricular e a Reforma de 1855 de Luiz Pedreira do Couto Ferraz. In: Anais da VII Reunião Reunião da SBPH. São Paulo, Brasil: Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, 1988, p. 139-142. Disponível em: https://works.bepress.com/karl_lorenz/22/. Accessed on: apr. 12 2023.

MONTEAGUDO, Henrique. A invenção do monolinguismo e da língua nacional. Gragoatá. Niterói, n. 32, p. 43-53, 1. sem. 2012.

MUI YU, Michele; WELTER, Viviane da Silva; BERGER, Isis Ribeiro. A cooficialização de línguas no Brasil: competência legislativa e empoderamento de línguas minoritárias. Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales, 2017.

OLIVEIRA, Gilvan Muller de. Plurilinguismo no Brasil. Brasília: Representação da UNESCO no Brasil / IPOL, 2008. p. 3.

ORLANDI, Eni. Língua e nação: uma questão e seu quadro de referência teórico. In: GUIMARAENS, Eduardo; ORLANDI, Eni. Línguas e instrumentos linguísticos 23/24 / Campinas: Capes-Procad - Universidade Estadual de Campinas; Editora RG, p.11-23, 2011.

RODRIGUES, José Honório. A vitória da Língua Portuguesa no Brasil colonial. In: RODRIGUES, José H. História Viva. São Paulo: Global Universitária, p. 11-48, 1985. (Série história).

RIO DE JANEIRO. Decreto no 31.187, de 6 de outubro de 2009. Cria o Programa Rio Criança Global no Âmbito da Secretaria Municipal De Educação. Disponível em: https://leismunicipais.com.br/a1/rj/r/rio-de-janeiro/decreto/2009/3118/31187/decreto-n-31187-2009-cria-o-programa-rio-crianca-global-no-ambito-da-secretaria-municipal-de-educacao. Accessed on: apr. 14 2023.

RIO DE JANEIRO. Parecer “N” n° 1/2018. Aprova o funcionamento de escolas bilíngues inglesa, francesa e espanhola, e autoriza, em caráter experimental, a escola bilíngue alemã nas Unidades Escolares da Rede Pública do Sistema Municipal de Ensino do Rio de Janeiro e dá outras providências. In: Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, ano XXXII, n. 54, 44, 6 jun. 2018. Disponível em: https://doweb.rio.rj.gov.br/apifront/portal/edicoes/imprimir_materia/495306/3778. Accessed on: apr. 14 2023.

SIQUEIRA, Sávio. Por uma educação linguística crítica. In: PESSOA, Rosane R.; SILVESTRE, Viviane P. V.; MONTE MÓR, Walkyria. Perspectivas críticas de educação linguística no Brasil: trajetórias de professoras/es universitárias/os de inglês. São Paulo: Pá de palavra, 2018.
SILVA, T. T. da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
TEIXEIRA, Anísio. [1936] Educação para a democracia. Rio de Janeiro: Ed.UFRJ, 1997.

VIDOTTI, Joselita Júnia Viegas; DORNELAS Rívia. O Ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil - Período de 1808 - 1930. HELB (História do Ensino de Línguas no Brasil), Ano 1, no 1 - 1/2007, on-line. Disponível em: http://www.helb.org.br/index.php/revista-helb/ano-1-no-1-12007/94-o-ensino-de-linguas-estrangeiras-no-brasil-periodo-de-1808-1930. Accessed on: apr. 10 2023.
Publicado
21-12-2023
Como Citar
VAZ FERREIRA, M.; STANKE, R. C. S. F. Reflections on plurilingualism and language education in the Brazilian Context. Scripta, v. 27, n. 60, p. 190-218, 21 dez. 2023.
Seção
Eixo II. Práticas de ensino e aprendizagem