O SER HUMANO É UM HOMO RELIGIOSUS? uma perspectiva histórica-religiosa

Conteúdo do artigo principal

Eduardo Rodrigues da Cruz
Theo Sundermeier
Valdemar Klassen

Resumo

Não se admite hoje na ciência da religião algum princípio religioso por detrás de todas as religiões, o que traz duas consequências: as declarações dos adeptos da religião sob estudo perdem peso, e julga-se as categorias religiosas como "inadequadas" para a terminologia científica. As dinâmicas religiosas atuais, todavia, obrigam a ciência da religião a questionar a função atual da religião como também o seu significado e sua coesão. A experiência de campo fala algo a respeito desse significado. Os fenômenos falam do ser humano, mas também dizem que há algo externo que o determina, algo que esse ser não causou. Cinco fatores são apresentados para um entendimento adequado de religião, conduzindo a um elemento de transcendência. Parte-se da semelhança entre expressões religiosas, "experiências religiosas primárias" distintas de "religiões secundárias". As primárias são mais visíveis em ritos de passagem, em especial ritos de luto, e descreve-se alguns de tribos do sul da África. Eles sugerem que a principal maneira de lidar com o mundo é pela experiência da transcendência. O ser humano não é autônomo, mas sim caracterizado e influenciado por algo além de si mesmo. Assim sendo, o ser humano sempre foi um homo religiosus.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
CRUZ, Eduardo Rodrigues da; SUNDERMEIER, Theo; KLASSEN, Valdemar. O SER HUMANO É UM HOMO RELIGIOSUS? : uma perspectiva histórica-religiosa. INTERAÇÕES, Belo Horizonte, v. 20, n. 1, p. e201c01, 2025. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/interacoes/article/view/34571. Acesso em: 25 nov. 2025.
Seção
DEBATES E COMUNICAÇÕES
Biografia do Autor

Eduardo Rodrigues da Cruz, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutorado em teologia e mestrado em física pela Universidade de Chicago. Graduação em física experimental pela Universidade de São Paulo.

Theo Sundermeier, Universidade de Heildelberg

Doutor em Teologia pela Universidade de Heidelberg.

Valdemar Klassen, Framingham State University

Mestrado em Ciência da Religião pela Framingham State University.

Referências

CHIMELLI, Rudolf. Reißt der Moschee die grüne Kuppel ab. In: Süddeutsche Zeitung, No 210, 11 Sept. 2012, p. 13.

DANQUAH, J. B. The Akan Doctrine of God: A Fragment of Gold Coast Ethics and Religion. Routledge: Londres, 1968, 248p.

HÄSELBARTH, Hans. Die Auferstehung der Toten in Afrika: eine theologische Deutung der Todesriten der Mamabolo in Nordtransvaal: Dissertation. Gütersloher Verlagshaus Gerd Mohn: Gütersloh, 1972. 275p.

HERDER, Johann G. Von Religion, Lehrmeinungen und Gebräuchen, 1798. Reimpressão, Hildesheim 1967, p. 135. Aqui citado de TRE, vol. 28, p. 528.

HUNTER, Monica. Reaction to Conquest: Effects of Contact with Europeans on the Pondo of South Africa. 3. Ed. Oxford University Press: London, 1936. 612p.

KEHRER, Günter. Definitionen der Religionen. In: CANCIK, Hubert; GLADIGOW, Burkhard; KOHL, Karl-Heinz. Handbuch religionswissenschaftlicher Grundbegriffe, 1988, vol. IV, p. 418-425.

MANN, Thomas. Joseph und seine Brüder (vol. 1): Die Geschichte Jaakobs. Fischer Taschenbuch: Frankfurt, 1991. 384p.

MÖNNIG, Herman 0. The Pedi. Editora Van Schaik, Pretoria, 1967. 365p.

MÜLLER, H.-J. Im Anfang war die Kunst. In: Art. S.n.: s.l., agosto de 2012, 18-29.

NEU, Rainer. Das Mediale. Die Suche nach der Einheit der Religionen in der Religionswissenschaft. Kohlhammer Verlag: Stuttgart, 2010. 316p.

POLLACK, Detlef, Was ist Religion? Probleme der Definition, in: BEINHAUER-KÖHLER, Bärbel; GUGGENMOS, Esther-Maria, JÖDICKE, Ansgar. Zeitschrift für Religionswissenschaft, 1995, v.3, n.2, p. 163-190.

SCHLATTER, Gerhard. In: CANCIK, Hubert; GLADIGOW, Burkhard; KOHL, Karl-Heinz. Religionsethnologie, Handbuch religionswissenschaftlicher Grund-begriffe. Wbg Academic, 2021, vol. 1, p. 157-194.

SUNDERMEIER, Theo. Religion – Was ist das? Religionswissenschaft im theologischen Kontext – ein Studienbuch 2. Evangelische Verlaganstalt: Frankfurt, 2007.

SUNDERMEIER, Theo. Nur gemeinsam können wir leben: Das Menschenbild schwarzafrikanischer Religionen. Gütersloher Verlagshaus Gerd Mohn: Gütersloh, 1988. 304p.

SUNDERMEIER, Theo. Todesriten als Lebenssymbole: Der Trauerprozeß in Afrika. In: Wege zum Menschen, 1977, Volume 29, No 4, p. 129-144.

SUNDERMEIER, Theo; BENJAMIN, Simon; WROGEMANN Henning. Konviviale Theologie: Festgabe für Theo Sundermeier zum 70. Geburtstag. Verlag O. Lembeck: Frankfurt, 2005.

WENZEL, Uwe J. (ed.). Was ist eine gute Religion? Zwanzig Antworten. Verlag C.H. Beck. Munique: 2007. 132p.