OS PAIS SUFICIENTEMENTE BONS NA OFICINA DE SEXUALIDADE E AFETIVIDADE COM ADOLESCENTES

Abstract

Este artigo discute o tema da sexualidade e a afetividade e suas manifestações no período da adolescência. Traz à baila a questão da ausência paterna e as possíveis consequências dessa ausência na vida dos adolescentes. Os pais precisam ser suficientemente bons, garantindo, assim, a maturidade psicológica dos seus filhos. Mas como ser suficientemente bons?  A figura paterna será sempre, na teoria psicanalítica, a de alguém que barra a permissividade do filho; que cinde a simbiose materna entre a genitora e o filho. Tal cisão permite aos adolescentes uma integração das forças pulsionais da sexualidade e da afetividade. A conversa sobre a temática apresentada aconteceu por meio de oficinas em saúde coletiva, realizadas numa Escola Integral, numa periferia de Belo Horizonte. No ínterim das oficinas, fenômenos como a função paterna, a angústia dos oficineiros e o papel do bode expiatório no campo grupal, se desvelaram. Ao se falar da afetividade como tudo aquilo que afeta o sujeito, um adolescente de 12 anos afirmou sentir-se afetado pela ausência paterna. A partir de tal afirmação e dos outros fenômenos grupais, emergidos no campo das oficinas, elaborou-se o presente artigo, propondo a articulação entre a mãe e o pai suficientemente bons, para uma integração da sexualidade e da afetividade na adolescência.