MATERNIDADE E ENFRENTAMENTO: UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL SENTIDA NA PELE

Autores

  • Débora Cristina de Oliveira Fernandes
  • Matheus Orlando da Costa Santos
  • Nathalia dos santos Dutra

Palavras-chave:

Maternidade, Romantização, Mito do amor materno, sofrimentos, Construção social

Resumo

O presente artigo se refere ao recorte de uma pesquisa de iniciação científica, que buscou compreender como o processo de tornar-se mãe e do maternar foi construído histórica, social e culturalmente. Tal pesquisa se fez através de uma revisão de literatura, se configurando como exploratória a partir da referência literária O Mito do Amor Materno de Elisabeth Badinter. Como resultado, foi possível perceber que vários discursos como: os filosóficos, políticos, culturais, econômicos e sociais contribuíram para a criação e manutenção da crença de uma idealização e romantização do tornar-se mãe. Conclui-se que tal crença, considerada como fixa e única, contribui para sofrimentos, adoecimentos e sentimentos como culpa, sentimento de baixa competência, angustias e frustração das mulheres frente à maternidade, impactando diretamente na escolha de ser mãe.

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Publicado

2025-06-08

Como Citar

FERNANDES, Débora Cristina de Oliveira; SANTOS , Matheus Orlando da Costa; DUTRA, Nathalia dos santos. MATERNIDADE E ENFRENTAMENTO: UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL SENTIDA NA PELE. Pretextos - Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas, Belo Horizonte, v. 9, n. 18, p. 310–323, 2025. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/pretextos/article/view/32721. Acesso em: 13 ago. 2025.

Edição

Seção

Artigos de temática livre