As construções com o verbo começar no Português do Brasil e a noção de inceptividade aspectual

Autores

  • Giovanna Cristina Rodrigues Alves Rafael UFMG
  • Sueli Maria Coelho UFMG

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2016v20n38p245

Palavras-chave:

Aspecto inceptivo, Verbo COMEÇAR, Gramática de Construções, Princípio da Não-Sinonímia, Português Brasileiro..

Resumo

Neste estudo, pretendemos identificar as diferentes construções em que o verbo começar aparece no português brasileiro (PB), no intuito de verificar como o aspecto inceptivo se manifesta em cada uma dessas construções, uma vez que o referido verbo é o mais frequente na atualização da categoria aspectual em análise. (TRAVAGLIA, 1986; BARROSO, 1994). Baseando-nos nos postulados da Gramática de Construções, mais especificamente no Princípio da Não-Sinonímia de Goldberg (1995), lançamos a hipótese de que a inceptividade aspectual não se manifesta da mesma maneira nos tipos diferentes de construções com começar. Os dados utilizados nas análises foram extraídos, majoritariamente, de textos orais e escritos no PB, compreendidos entre os séculos XIX e XXI. Os resultados evidenciaram, à primeira vista, seis tipos de construções, dentre elas as construções perifrásticas e as intransitivas de perspectiva ergativa. Com relação à marcação do aspecto inceptivo, deparamo-nos com algumas limitações de análise, mas verificamos algumas possíveis contradições ao Princípio da Não-Sinonímia de Goldberg (1995).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Giovanna Cristina Rodrigues Alves Rafael, UFMG

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Mestra em Estudos Linguísticos (UFMG). Professora da rede pública de ensino básico de Minas Gerais.

Sueli Maria Coelho, UFMG

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Doutora em Estudos Linguísticos (UFMG). Professora da Faculdade de Letras da UFMG.

Referências

ALMEIDA, João de. Introdução ao estudo das perífrases verbais de infinitivo. Assis, São Paulo: ILHPA – HUCITEC, 1980.

ARRAIS, Telmo Correia. As construções causativas em português. Alfa, São Paulo, n. 29, p. 41-58, 1985.

BARROSO, Henrique. O aspecto verbal perifrástico em português contemporâneo: visão funcional / sincrónica. Porto: Porto Editora,1994.

BRAGA, Maria Luiza; PAIVA, Maria da Conceição de. Gramaticalização e Gramática de Construções: estabilidade e instabilidade no uso de orações complexas de causa em tempo real. Rev. Let. & Let. Uberlândia-MG, v.27, n.1, p.51-70, jan./jun. 2011.

CANÇADO, Márcia. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. 1ª ed. São Paulo: Contexto, 2013.

CANÇADO, Márcia; GODOY, Luisa; AMARAL, Luana. Predicados primitivos,

papéis temáticos e aspecto lexical. ReVEL, v. 11, n. 20, 2013.

CIRÍACO, Larissa Santos. A alternância causativo-ergativa no PB: restrições e propriedades semânticas. 2007. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2007.

COMRIE, Bernard. Aspect: an introduction to the study of verbal aspect and related problems. New York: Cambridge University Press, 1976. COSTA, Sônia Bastos Borba. O aspecto em português. São Paulo: Contexto, 1990.

CROFT, W. A. Construction grammar. In.: GEEREARTS, D.; CUYCKENS, H. The Oxford Handbook of Cognitive Linguistics. Oxford: Oxford University Press, 2007.

FERRARI, Lilian. Modelos de gramática em Linguística Cognitiva: princípios convergentes e perspectivas complementares. Caderno de Letras da UFF – Dossiê: Letras e Cognição, nº 41, p. 149-165, 2010.

FILLMORE, C. J.; KAY, P.; O'CONNOR, M. C. Regularity and idiomaticity in grammatical constructions: The case of let alone. Language. vol. 64, n. 03, p. 501-538, sep. 1988.

GOLDBERG, A. E. Constructions: a construction grammar approach to argument structure. Chicago: The University of Chicago Press, 1995.

HOPPER, Paul; TRAUGOTT, Elizabeth. Grammaticalization. 2ª. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

PERINI, Mário Alberto. Estudos de gramática descritiva: as valências verbais. São Paulo: Parábola, 2008.

REICH, Núbia Ferreira. O processo de auxiliaridade verbal no português brasileiro: uma análise dos aspectuais. Revista Letras, Curitiba, n. 84, p. 111-136, jul./dez. 2011.

SIGILIANO, Natalia Sathler. Evidências translinguísticas da metáfora de movimento na Construção de Aspecto Inceptivo. Revista LinguíStica / Revista do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro, v. 8, nº. 1, junho de 2012.

SIGILIANO, Natalia Sathler. A construção aspectual inceptiva do português com verbos não canônicos. 2013. Tese (Doutorado em Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2013.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. O aspecto verbal no português: a categoria e sua expressão. Ed. rev. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 1985.

Downloads

Publicado

01-08-2016

Como Citar

RAFAEL, Giovanna Cristina Rodrigues Alves; COELHO, Sueli Maria. As construções com o verbo começar no Português do Brasil e a noção de inceptividade aspectual. Scripta, Belo Horizonte, v. 20, n. 38, p. 245–261, 2016. DOI: 10.5752/P.2358-3428.2016v20n38p245. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p245. Acesso em: 27 abr. 2025.

Edição

Seção

Dossiê - Estudos gramaticais: um tema, várias perspectivas teóricas