Iletrismo, práticas e representações da escrita
Keywords:
Iletrismo, Leitura, Escritura, Continuum escritural.Abstract
O ensino/aprendizagem da língua escrita, quer se trate de língua materna ou de língua estrangeira, apresenta aos professores e a muitos alunos sérios problemas que as pesquisas em didática não conseguem resolver de maneira satisfatória. Ora, o domínio da escrita é a principal condição de sucesso escolar. Há alguns anos, fala-se, na França, de iletrismo, para caracterizar a ausência da cultura da escrita. Essa noção mascara a complexidade das relações que os usuários da língua, e não somente os chamados “desfavorecidos” ou “marginais”, estabelecem com o mundo da leitura e da escritura. Dado o fato de que as representações dominantes da escrita a consideram como domínio reservado a uma elite intelectual, aqueles que, em sua vida cotidiana, profissional
ou privada, estão em contato com a multiplicidade de textos escritos que circulam socialmente sentem uma insegurança tão grande e tão generalizada que poucos dentre eles pensam ser capazes de superar as dificuldades ligadas à leitura e à escritura. Entretanto, esses sujeitos recorrem a usos da escrita, que nem sempre são considerados legítimos. Um dos objetivos prioritários da pesquisa em didática da escrita é analisar sem exclusividade o que os usuários sabem fazer e o que eles realmente fazem em matéria de usos da escrita, sem condenar o “ilestrismo” de alguns, avaliado freqüentemente com instrumentos rudimentares e pouco confiáveis; convém, também, persuadir-se de que muitas das dificuldades têm sua fonte em uma concepção elitista de escrita da qual a instituição escolar tem dificuldade de se desprender.
Downloads
References
BARRE-DE-MINIAC, Ch. L’appropriation de l’écrit: propositions pour une didactique de l’écrit multiréférencée. Lille 3: Université Charles de Gaulle, 1997.
BAUDELOT, C., CARTIER, M., DETREZ, C. Et pourtant ils lisent. Paris: Seuil, 1999.
BAUTIER, E. Pratiques langagières, pratiques sociales. Paris: L’Harmattan, 1995.
BLANC, D. Correspondances, la raison graphique de quelques lycéenes. In: FABRE, D. (Dir.). Écritures ordinaires. Paris: Editions P.O.L., Centre Georges Pompidou, Bibliothèque Publique d’information, 1993. p. 95-115.
CHISS, J. L., MARQUILLÓ, M. Écriture et lecture: “literacy”, pratiques ordinaires, pratiques lettrées. In: GROSSMANN, F. (Dir.). Pratiques et didactiques de l’écrit: hommage à Michel Dabène. Grenoble: IVEL-LIDILEM, Université Stendhal, 1998. p. 75-84.
DABÈNE, M. L’adulte et l’écriture: contribution à une didactique de l’écrit en langue maternelle. Bruxelles: De Boeck/Wesmael, 1987.
DABÈNE, M. Des écrits (extra)ordinaires: éléments pour une analyse de l’activité scripturale. Lidil, Grénoble, n. 3, p. 9-26, 1990.
DABÈNE, M. La notion d’écrit ou le continuum scriptural. Le Français d’Aujourd’hui, Paris: AFEF, n. 93, 1991.
GROSSMANN, F. Litératie, compréhension et interpretation des textes. In: GROSSMANN, F., MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001.
TAUVERON, C. (Dir.). Repères (Comprendre et interpreter les textes à l’école), Paris: INRP, n. 19, 1999.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
By submitting any manuscript (articles, reviews, or interviews) authors automatically assign full copyrights to PUC Minas. Authors are requested to ensure:
• The absence of conflicts of interest (relations between authors, companies/ institutions or individuals with an interest in the topic covered by the article), as well as funding agencies or sponsoring institutions of the research that culminated in the article.
This file is licensed under the Creative Commons Attribution - Share Alike 4.0 International.