Da faculdade metalinguística em Benveniste à proposição de uma Antropologia da Enunciação

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2024v28n62p186-207

Palabras clave:

Faculdade Metalinguística, Relações de Interpretância, Metalinguagem, Enunciação, Semiologia

Resumen

Este artigo investiga a noção de faculdade metalinguística nos livros Problemas de linguística geral I e Problemas de linguística geral II, do linguista francês Émile Benveniste. Tal noção é apresentada na obra como a base para o entendimento da propriedade de interpretância das línguas, que permite o estabelecimento das relações de interpretância, passíveis de serem estabelecidas entre, de um lado, o sistema da língua e os demais sistemas semiológicos e, de outro lado, a língua em relação a si mesma. A partir desse estudo, fundamentam-se duas hipóteses: a primeira considera que a noção de faculdade metalinguística remete, na reflexão benvenistiana, a uma característica geral da linguagem humana; a segunda hipótese sustenta que essa faculdade emerge como uma propriedade das línguas, o que pode ser observado nas relações de interpretância por ela estabelecidas. Nesse sentido, dá-se destaque a três ideias que estão implicadas na teoria da linguagem de Benveniste: faculdade, propriedades e relações. Por fim, avalia-se a importância desse raciocínio no quadro de uma perspectiva antropológica da enunciação. Defende-se que as ideias de Benveniste podem sustentar uma abordagem enunciativo-antropológica desde que se leve em conta os comentários que o falante faz sobre a sua condição de falante ao falar de sua experiência de falante no interior de fenômenos da linguagem.

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Biografía del autor/a

Valdir do Nascimento Flores, UFRGS

Doutor em Linguísticas. Professor Titular em Língua Portuguesa e Linguística do Instituto de Letras e do PPG-Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisador Pq-CNPq.

Citas

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Publicado

2024-10-31

Cómo citar

FLORES, Valdir do Nascimento. Da faculdade metalinguística em Benveniste à proposição de uma Antropologia da Enunciação. Scripta, Belo Horizonte, v. 28, n. 62, p. 186–207, 2024. DOI: 10.5752/P.2358-3428.2024v28n62p186-207. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/scripta/article/view/32810. Acesso em: 3 sep. 2025.