Conversa de bois: uma fábula de João Guimarães Rosa
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2015v19n37p63Resumen
Este artigo apresenta o conto “Conversa de Bois” de João Guimaraes Rosa em uma perspectiva fabular. O conceito de fábula abarca um grande espectro de significações, que vai desde: resumo, intriga, conjunto, construção, até o conceito mais formalista, que lhe dá um sentido mais material. No entanto, imprimiu-se no gênero como característica principal, o cumprimento de uma ação e o uso do antropomorfismo (quando animais assumem características humanas). Na verdade, essa característica é que define o gênero fábula, pois as personagens principais são animais. O termo fábula vem do latim, fari, que significa falar ou do grego, phao,significando contar algo. A narrativa tem uma natureza simbólica e/ou alegórica, retratando uma situação vivida por animais, remetendo-se à situação humana, com o objetivo de transmitir certa moralidade. Lembrando a estrutura proppiana entende-se que ao explorar a fábula, o autor mineiro recusa o estado efêmero do fazer literário, entendendo-o como constante e cíclico, um eterno exercício de reconhecimento. Não há como encerrar algo essencialmente inclinado a se perpetuar. A obra literária se emancipa de seu tempo, contexto e espaço, seguindo como expressão autônoma que é. A conversa é de bois e os ouvintes são os humanos. A literatura e o sertão são do mundo.Descargas
Citas
ANDRADE, Costa. Lenha seca. Lisboa: Sá da Costa, 1986.
APPIAH, Kwame Anthony. The Postcolonial and the Postmodern. In: ASHCROFT, Bill; GRIFFITHS, Gareth; TIFFIN, Helen (Ed.). The Post-Colonial Studies Reader, London and New York: Routledge, 1999. p. 199-124.
BÂ, Amadou Hampatê. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Editor). História Geral da África – Volume I. Comitê Científico Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África. 2. ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010. p.167-212.
BALUNDU, Tchikakata. O feitiço da rama de abóbora. Porto: Editora Campo das Letras, 1996.
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov” (1936). Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre Literatura e História da Cultura. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. Obras Escolhidas,V I.
BLOOM, Harold. O cânone ocidental. Lisboa: Editorial Caminho, 1997.
CARDOSO, Boaventura. A morte do velho Kipacaça. Luanda: Edições Maianga, 1987.
CHIZIANE, Paulina. Ventos do Apocalipse. Lisboa: Editorial Caminho, 1999.
COUTO, Mia. A varanda do frangipani. Lisboa: Editorial Caminho, 1996.
GASSAMA, Makhily. Kuma – Interrogation sur la Littérature Nègre de Langue Française (poésie-roman). Dakar-Abidjan: Les Nouvelles Éditions Africaines, 1978.
IRELE, F. Abiola. The african imagination: literature in Africa & the Black Diaspora. Oxford: Oxford University Press, 2001.
JOLLES, André. As formas simples. São Paulo: Cultrix, 1976.
KOSSA, Ungulani Ba Ka. Ualalapi. Lisboa: Editorial Caminho, 1987.
MATA, Inocência. No fluxo da resistência: a literatura, (ainda) universo da reinvenção da diferença. In. Revista Gragoatá. Programa de Pós-graduação do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense, Niterói, n. 27, 2. sem. 2009. [2010].
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 3. ed. 1989.
MONTEIRO, Manuel Rui. Rioseco. Lisboa: Edições Cotovia, 1997.
NETO, Manuel Telles. Retalhes do massacre de Batepá. Luanda: União dos Escritores Angolanos, 2006.
ONG, Walter J. Orality & Literacy. London: Routledge, 1997.
PEPETELA. Lueji. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1989.
PEPETELA. O desejo de Kianda. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995.
PEPETELA. Parábola do cágado velho. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.
PEPETELA. Montanha da água lilás. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000.
RIÁUSOVA, Helena. Problema da afinidade tipológica e da identidade nacional: o exemplo dos géneros grandes da narrativa da comunidade zonal das literaturas africanas de expressão portuguesa. In: Littératures Africaines de Langue Portugaise: à la Recherche de l’Identité. Actes du Colloque International (Paris, 28, 29, 30 Nov., 1 Dez. 1984), Paris: Fondation Calouste Gulbenkian/Centre Culturel, 1985. p. 537-543.
RIÁUSOVA, Helena. Dez anos de Literatura Angolana. Porto: ASA, Col. UEA, 1986.
ROSCOE, Adrian. Mother is gold. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.
SALES, Germana Araújo; FURTADO, Marli Tereza. Teoria do texto narrativo. Belém: EDUFPA, 2009.
SEMEDO, Odete Costa. Sonéá: histórias e passadas que ouvi contar I. Bissau: INEP, 2000.
SEMEDO, Odete Costa. Djênia: histórias e passadas que ouvi contar II. Bissau: INEP, 2000.
TINE, Alioune. Por une théorie de la littérature africaine écrite. Présence Africaine (Paris), nr 131-134, 1985.
THIONG’O, Ngugi Wa. Decolonizing the mind: the politics of language in African Literature. Oxford: James Currey, 1996.
VANSINA, Jan. A tradição oral e sua metodologia. In: KI-ZERBO, Joseph (Editor). História geral da África, Comitê Científico Internacional da UNESCO para Redação da História Geral da África, 2. ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010 . V I, p.167-21; p. 139-166.
VIEIRA, Luandino. Luuanda. São Paulo: Editora Ática, 1990.
VIEIRA, Luandino. Nosso musseque. Luanda: Editorial Njira, 2003.
VIEIRA, Luandino. Kaxinjengele e o poder. Letras & Coisas, 2007.
VIEIRA, Luandino. Kiombokiadimuka e a liberdade. Letras & Coisas, 2008.
VIEIRA, Luandino. Puku Kambundu e a sabedoria. Letras & Coisas, 2009.
VIEIRA, Luandino. Kaputu Kinjila e o sócio dele Kambaxi Kiaxi. Letras & Coisas, 2010.
VIEIRA, Luandino. Ngola Mukongo e a justiça. Letras & Coisas, 2011.
VIEIRA, Luandino. Xingandele, o Corvo de Colarinho Branco. Letras &Ccoisas, 2012.
WIEVIORKA, Michel. A diferença. Lisboa, Fenda, 2003.
ZUMTHOR, Paul. Introduction à la poésie orale. Paris: Editions du Seuil, 1983.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
DECLARACIÓN DE DERECHO AUTORAL
Derechos autorales
El envío de cualquier colaboración implica, automáticamente, la cesión integral de los derechos autorales a PUC Minas. Se solicita a los autores que aseguren:
- inexistencia de conflicto de intereses (relaciones entre autores, empresas/instituciones o individuos con interés en el tema abordado por el artículo), y
- órgano o instituciones financiadoras de investigación que ha dado origen al artículo.