Metade rosa e metade crisântemo: imaginação apocalíptica e redenção alegórica em As intermitências da morte, de José Saramago

Autores/as

  • Paulo Alexandre Pereira

Palabras clave:

José Saramago, As intermitências da morte, Alegoria, Iconografia, Deus.

Resumen

Propõe-se, neste artigo, uma leitura do romance As intermitências da morte (2005), de José Saramago, salientando, em conformidade com a sua duplicidade estrutural, o modo como imaginação apocalíptica e redenção alegórica se coonestam numa idiossincrática tematização da morte. Tirando partido e, em concomitância, subvertendo a iconologia tanatológica de matriz cristã, Saramago ficcionaliza uma aparente derrota da morte pelo amor, sem, no entanto, deixar de indiciar a atávica consubstancialidade de ambos. Enquanto mnemónica visual, o didactismo unívoco da alegoria clássica é, na retórica do romance saramaguiano, substituído pelo sentido ambíguo de um história sem exemplo.



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Publicado

2008-12-10

Cómo citar

ALEXANDRE PEREIRA, Paulo. Metade rosa e metade crisântemo: imaginação apocalíptica e redenção alegórica em As intermitências da morte, de José Saramago. Scripta, Belo Horizonte, v. 12, n. 23, p. 175–191, 2008. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/scripta/article/view/4420. Acesso em: 20 oct. 2025.

Número

Sección

Dossiê: O neutro e a negatividade - representações da morte na literatura

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