Literatura moçambicana e oralidade: uma postura crítica e uma fundamentação teórica
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2015v19n37p97Palavras-chave:
Tradição oral Literatura moçambicana, Saberes endógenos, Culturas acústicas.Resumo
Ao utilizar a expressão "tradição oral africana" fazemos referência direta a uma discussão de caráter teórico que mobiliza mais questões do que respostas. O presente artigo busca, a partir de alguns trabalhos recentes da antropologia e da arqueologia africana, fazer uma revisita teórica a alguns momentos da discussão acerca da existência de uma tradição africana e de uma oralidade africana, e, em seguida, discutir a aplicabilidade desses conceitos no interior da crítica literária moçambicana a partir de uma visada discrônica e histórica. O intuíto é obter subsídios para uma reflexão interdisciplinar de conceitos-chave para a compreensão dos diálogos interculturais que cercam a literatura moçambicana.Downloads
Referências
ANDRADE, Mário Pinto de. Origens do nacionalismo africano. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1997.
BAGODO, Obarè. Saberes endógenos e desafios da modernidade científica: reflexões de um arqueólogo. In: HOUNTOUNDJI, Paulin (Org.). O antigo e o moderno: a produção do saber na África contemporânea. Luanda: Edições Mulemba, 2012.
BASTO, Maria Benedita. A guerra das escritas: literatura, nação e teoria pós-colonial em Moçambique. Lisboa: Vendaval, 2006.
BOTOYIYÈ, Geoffroy. O que pode a escrita? In: HOUNTOUNDJI, Paulin (Org.). O antigo e o moderno: a produção do saber na África contemporânea. Luanda: Edições Mulemba, 2012.
CABAÇO, José Luís. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
CABAÇO, José Luís. A questão da diferença na literatura moçambicana. In: Via Atlântica, São Paulo, n. 7, 2004.
CAHEN, Michel. Luta de emancipação anti-colonial ou movimento de libertação nacional? Processo histórico e discurso ideológico – o caso das colônias portuguesas e de Moçambique, em particular. Africana Studia, Porto, n. 8, 2005.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2013.
CÉSAIRE, Aimé. Cultura e colonização. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org.). As malhas que os impérios tecem. Lisboa: Edições 70, 2011.
HAMPÂTÉ-BÂ, Amadou. A tradição viva. In: História geral da África, I: Metodologia e Pré-História da África (ed. Jospeh Ki-Zerbo). Brasília: UNESCO, 2010.
HOUNTONDJI, Paulin. Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas perspectivas sobre os estudos africanos. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, São Paulo, n. 80, 2008.
KI-ZERBO, Joseph. Introdução geral. In: História geral da África, I: Metodologia e Pré-História da África. Brasília: UNESCO, 2010.
LOPES, José de Sousa Miguel. Cultura acústica e cultura letrada: o sinuoso percurso da literatura em Moçambique. In: LEÃO, Ângela Vaz (Org.). Contatos e ressonâncias: literaturas africanas de língua portuguesa. Belo Horizonte: PUC Minas, 2003.
MALOA, Joaquim Miranda. O lugar do marxismo em Moçambique. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, n. 122, jul. 2011.
MONDLANE, Eduardo. A estrutura social – mitos e fatos e Resistência – a procura de um movimento nacional. Trechos de Lutar por Moçambique (1995). In: SANCHES, Manuela Ribeiro (Org.). As malhas que os impérios tecem. Lisboa: Edições 70, 2011.
NAPOLITANO, Marcos. Arte e Revolução: entre o artesanato dos sonhos e a engenharia das almas (1917 – 1968). In: Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 8, 1997.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio de qualquer colaboração implica, automaticamente, a cessão integral dos direitos autorais à PUC Minas. Solicita-se aos autores assegurarem:
- a inexistência de conflito de interesses (relações entre autores, empresas/instituições ou indivíduos com interesse no tema abordado pelo artigo), e
- órgãos ou instituições financiadoras da pesquisa que deu origem ao artigo.
- todos os trabalhos submetidos estarão automaticamente inscritos sob uma licença creative commons do tipo "by-nc-nd/4.0".