Teorias (e quase teorias) da religião: um olhar descritivo
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A partir de um recorte metodológico descritivo e de levantamento bibliográfico, na extensão que o presente instrumento de comunicação permite, o artigo apresenta um conjunto de treze teorias ou discursos sobre a religião. Mesmo quando o procedimento se revela passível de incongruência, procurou-se classificar as teorias e quase teorias em dois grupos: teorias ou quase teorias reducionistas e teorias e quase teorias não reducionistas. Foram tratadas como não reducionistas aquelas que se atêm ao conteúdo positivo da religião, sendo, por isso, classificadas como substantivas. Foram tratadas como reducionistas teorias que consideram a religião a partir de e em relação a sua expressão na sociedade, sendo também classificadas de funcionalistas. Conclui-se que, em grande medida, as teorias se sobrepõem, algumas delas constituindo desdobramentos necessários ou aprofundamentos críticos de teorias anteriores, de sorte que, em rotinas de pesquisas em Ciências das Religiões se poderiam conjugar diferentes teorias e quase teorias como quadro referencial teórico-metodológico.
Downloads
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Submeto (emos) o presente trabalho, texto original e inédito, de minha (nossa) autoria, à avaliação de Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, e concordo (amos) em compartilhar esses direitos autorais a ele referentes com a Editora PUC Minas, sendo que seu “conteúdo, ou parte dele, pode ser copiado, distribuído, editado, remixado e utilizado para criar outros trabalhos, sempre dentro dos limites da legislação de direito de autor e de direitos conexos”, em qualquer meio de divulgação, impresso ou eletrônico, desde que se atribua créditos ao texto e à autoria, incluindo as referência à Horizonte. Declaro (amos) ainda que não existe conflito de interesse entre o tema abordado, o (s) autor (es) e empresas, instituições ou indivíduos.
Reconheço (Reconhecemos) ainda que Horizonte está licenciada sob uma LICENÇA CREATIVE COMMONS - ATTRIBUTION 4.0 INTERNATIONAL (CC BY 4.0):
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Por isso, PERMITO (PERMITIMOS), "para maximizar a disseminação da informação", que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Referências
ALVES SÁ, A. M. Religião e sociedade. Considerações a partir de Marx e Freud. Colloquium Humanarum, v. 9. n. 1, p. 69-83, 2012.
AMÉRICO, E. V. Iúri Lotman e a Escola de Tártu-Moscou. Galaxia, n. 29, p. 123-140, 2015.
ANTONOV, K. M. The perception of the ideas of Fr. Wilhelm Schmidt in Russia.The context of the History of Russian religious studies. Anthropos, n. 113, p. 1-10, 2018.
ARAÚJO, M. A. M. Antropologia na missão: relações entre a etnologia confessional de padre Schmidt e a antropologia acadêmica. Religião e Sociedade, v. 33, n. 1, p. 30-49, 2013.
ARISTÓTELES. Política. São Paulo: Folha de São Paulo, 2010.
ARKUSH, A. Voltaire on Judaism and Christianity. Association for Jewish Studies Review, v. 18, n. 1, p. 223-243, 1993.
ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
ASAD, T. Formations of the secular: Christianity, Islam, Modernity. Stanford: Stanford University Press, 2003.
ASMANN, J. Religion and cultural memory. Stanford: Stanford University Press, 2006.
BECKER, M. R. M. Ensino religioso entre catequese e ciências da religião: uma avaliação comparativa da formação dos professores do ensino religioso no Brasil e da aprendizagem inter-religiosa na Alemanha em busca de um ensino religioso interteológico e interdisciplinar. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010.
BENGTSON, D. R. R. R. Marrett and the Study of Religion. Journal of the American Academy of Religion, v. 47, n. 4, p. 645-659, 1979.
BERGER, P. Some second thoughts on substantive versus functional definitions of religion. Journal for the Scientific Study of Religion, v. 13, n. 2, p. 125-133, 1974.
BIANCHI, A. A mundanização da Filosofia. Marx e as origens da crítica política. Trans/Form/Ação, v. 29, n. 2, p. 43-64, 2006.
BIRD-DAVID, N. “Animism” revisited. Personhood, environment, and relational epistemology. Current Anthropology, v. 40, p. 67-91, 1999.
BROWN, L.; WALKER, W. H. Prologue: Archaeology, Animism and Non-Human Agents. Journal of Archaeological Method and Theory, v. 15, n. 4, p. 297-299, 2008.
BRUBAKER, R. Religious dimensions of political conflict and violence. SociologicalTheory, v. 33, n. 1, p. 1-19, 2015.
CAMPOS, L. Feuerbach: transcender para o aquém. Trilhas Filosóficas, v. 7, n. 2, p. 61-78, 2014.
CASTRO, E. B. V. de. Exchanging perspectives: the transformation of objects into subjects in Amerindian ontologies. Common Knowledge, v. 10, n. 3, p. 463-484, 2004.
DAVID, S. N. Freud e a religião. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
DURKHEIM, E. The Elementary forms of the religious life. New York: The Macmillan Company, 1915.
DURKHEIM, E.The Elementary forms of the religious life. New York: Fredd Press, 1965.
ELIADE, M. Origens. História e sentido na religião. Lisboa: Edições 70, 1989.
ELIADE, M. Tratado de história das religiões. Lisboa: Cosmos, 1990.
FEUERBACH, L. A essência do Cristianismo. 2. ed. Campinas: Papirus, 1997.
FEUERBACH, L. A essência do Cristianismo. Petrópolis: Vozes, 2012.
FEUERBACH, L. Teses provisórias para a reforma da Filosofia. In: FEUERBACH, L. Filosofia da sensibilidade. Escritos (1839-1846). Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2005. p. 85-100.
FREUD, S. Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
GEERTZ, C. The interpretation of cultures. New York: Basic Books, 1973.
GLASSE, J. Barth on Feuerbach. The Harvard Theological Review, v. 57, n. 2, p. 69-96, 1964.
GUTRIE, S. E. Faces in the clouds. A new theory of religion. Oxford: Oxford University Press, 1993.
HALL, J. R. Religion and violence. Social processes in comparative perspective. In: DILLON, M. (ed). Handbook of the Sociology of Religion. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. p. 359-384.
HARRIS, M. Cultural Anthropology. New York: Harper and How, 1983.
HUME, D. História natural da religião. São Paulo: UNESP, 2004.
LACAN, J. O triunfo da religião. Precedido de “Discurso aos Católicos”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
LEPAPE, P. Voltaire. Nascimento dos intelectuais no século das luzes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.
LIMA FILHO, J. E. Antropologia, ética e política em “A Essência do Cristinismo” de Ludwig Feuerbach. Tese (Doutorado em Filosofia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017.
LOPES, J. L. C. A teologia e o idealismo como inversão da ordem concreto/abstrato em Feuerbach. Revista Reflexões, v. 4, n. 7, p. 124-135, 2015.
LUZ, M. da. Considerações sobre a correlação entre religião e violência. Conscientia, v. 12, n. 3, p. 267-277, 2008.
MACIEL, K. D. de S. A.; ROCHA, Z. de J. B. Freud e a religião: possibilidades de novas leituras e construções teóricas. Psicologia, Ciência e Profissão, v. 28, n. 4, p. 742-753, 2008.
MALINOWSKI, B. Argonautas do Pacífico ocidental. Um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos Arquipélagos da Nova Guiné melanésia. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
MARETT, R. R. Pre-Animistic Religion. Folklore, v. 11, n. 2, p. 162-184, 1900.
MARX, F. Contribución a la crítica de la filosofía del derecho de Hegel. In: MARX, K.; ENGELS, F. Sobre la religión. 2. ed. Salamanca: Sígueme, 1979a. p. 93-106.
MARX, K. Tesis sobre Feuerbach. In: MARX, K.; ENGELS, F. Sobre la religión. 2. ed. Salamanca: Sígueme, 1979b. p. 159-161.
MÉSZÁROS, I. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo, 2006.
MIRANDA, L. L. A cultura da imagem e uma nova produção subjetiva. Psicologia Clínica, v. 19, n. 1, p. 25-39, 2007.
MORAIS, J. E. T. A teologia antropológica de Ludwig Feuerbach. Revista de Cultura Teológica, v. 22, n. 83, p. 127-139, 2014.
MOTA, V. de O. As bases da religião natural em Voltaire. Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência, v. 7, n. 1, p. 95-108, 2014.
NEGRÃO, L. N. Nem “jardim encantado” nem “clube dos intelectuais desencantados”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 20, n. 59, p. 23-36, 2005.
NIELI, R. Wittgenstein: from mysticism to ordinary language: A Study of Viennese Positivism and the Thought of Ludwig Wittgenstein. New York: New York University Press, 1987.
NOGUEIRA, P. A. de S. Religião como texto. Contribuições da semiótica da cultura. In: NOGUEIRA, P. A. de S. (org.). Linguagens da religião. Desafios, métodos e conceitos centrais. São Paulo: Paulinas, 2012. p. 13-20.
NOGUEIRA, P. A. de S. Traduções do intraduzível: a semiótica da cultura e o estudo de textos religiosos nas bordas da semiosfera. Estudos de Religião, v. 29, n. 1, p. 102-123, 2015.
OLIVEIRA, A. S. Desvendando a religião e as religiões mundiais em Max Weber. Horizonte, v. 7, n. 14, p. 136-155, 2009.
PALS, D. L. Eight theories of religion. Oxford: Oxford University Press, 2006.
PALS, D. L. Nove teorias da religião. Petrópolis: Vozes, 2019.
PANOURGIÁ, N. Interview with Clifford Geertz. Anthropological Theory, v. 2, n. 4, p. 421-431, 2002.
PIEPER, F. Religião: limites e horizontes de um conceito. Estudos de Religião, São Bernardo do Campo, v. 33, n. 1, p. 5-35, 2019.
PIERUCCI, A. F. Religião como solvente – uma aula. Novos Estudos, n. 75, p. 111-127, 2006.
REDYSON, D. Ludwig Feuerbach e o jovem Marx: a religião e o materialismo antropológico dialético. Argumentos, v. 3, n. 5, p. 7-13, 2011.
RIBEIRO, O. L. Teologia no divã. Pistis e Praxis, v. 1, n. 1, p. 199-218, 2009.
RODRIGUES, A. M. Religião, teologia e antropologia: o confronto entre Karl Barth e Ludwig Feuerbach. Horizonte, Belo Horizonte, v. 7, n. 14, p. 156-169, 2009.
ROSA, M. Psicologia da religião. 3. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1992.
SAMPAIO, B. A.; FREDERICO, C. Dialética e materialismo: Marx entre Hegel e Feuerbach. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
SANDVIK, L. P. Showcasing Shinto. The reinvention of Shinto as an ecological religion. Master’s Degree Thesis in History of Religion. Oslo: University of Oslo, 2011.
SHELESTIUK, H. V. Semantics of symbol. Journal of the International Association for Semiotic Studies, n. 144, p. 233-259, 2003.
SILVA FILHO, P. G. Considerações teóricas em torno do reducionismo funcionalista em Ciências da Religião. Rever, São Paulo, n. 4, p. 43-72, 2004.
SOUZA, J. C. de. Moses Hess como o espectro feuerbachiano de Marx. Philósophos, v. 18, n. 1, p. 191-218, 2013.
SOUZA, R. F. de. Símbolos, memória e a semiótica da cultura: a religião entre a estrutura e o texto. Estudos de Religião, São Bernardo do Campo, v. 29, n. 1, p. 70-86, 2015.
STUDSTILL, R. Eliade, Phenomenology, and the Sacred. Religious Studies, v. 36, n. 2, p. 177-194, 2000.
TILLICH, P. Dinâmica da fé. 4. ed. São Leopoldo: Sinodal, s/d.
TILLICH, P. La significación de la historia de las religiones para el teólogo sistemático. In: TILLICH, P. El futuro de las religiones. Buenos Aires: Megápolis, 1977.
TYLOR, E. B. Primitive culture. Researches into the development of mythology, philosophy, religion, art and custom. London: John Murray, 1871. v. 2.
UGLIK, J. Ludwig Feuerbach’s conception of the religious alienation of man and Mikhail Bakunin’s philosophy of negation. Studies in East European Thought, v. 62, n. 1, p. 19-28, 2010.
VÁSQUEZ, Manuel A. More than belief: a materialist theory of religion. New York: Oxford University, 2011.
VOLTAIRE. Deus e os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2000.
WEBER, M. The religion of India. The Sociology of Hinduism and Buddhism. Illinois: The Free Press, 1958.
WEBER, M. The Sociology of Religion. Boston: Beacon, 1963.
WINTHROP, R. H. Dictionary of Concepts in Cultural Anthropology. New York: Greenwood Press, 1991.
WRIGHT J. D.; KHOO, Y. Empirical perspectives on religion and violence. PsyArXivPreprints, 2019. Disponível em: https://psyarxiv.com/gzspe. Acesso em: 19 ago. 2019.