Da nova economia do projetamento à globalização instituída pela China
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2317-773X.2021v9n4p90-105Palavras-chave:
China, Nova Economia do Projetamento, Globalização instituída pela China, Desenvolvimento, GeopolíticaResumo
O artigo propõe uma interpretação da ascenção da China a partir de uma síntese entre economia política Internacional e geopolítica e tem como objetivo decifrar dois processos políticos que se entrecruzam. Um de caráter doméstico, outro global. O primeiro é o surgimento da Nova Economia do Projetamento e seus impactos externos quanto os valores civilizacionais construídos ao longo de 5000 anos de história levando ao surgimento de um contraponto geopolítico à globalização neoliberal liderada pela grande finança e pelos Estados Unidos. O segundo processo é a globalização instituida pela China (GIC) que se apresenta como um constructo histórico institucional e multidimensional que se fortalece com a iniciativa do Cinturão e a Rota. A nossa hipótese é que ambos processos se conjugam, não sem contradições, desfaiando os fundamentos institucionais liberais de Ocidente em quatro dimensões simultâneamente: a) geopolítica: o multipolarismo frente ao unipolarismo imperial; b) econômica: a globalização instituída frente à globalização neoliberal; c) institucional: o multilateralismo inclusivo anticolonial frente ao unilateralismo imperial; e d) ideacional: a comunidade de destino compartilhada para a humanidade frente ao sistema westfaliano
Downloads
Referências
BELLUZZO, L. G. O Capital e Suas Metamorfoses. São Paulo: Unespe Editora, 2012.
FIORI, J. L. A nova geopolítica das nações e o lugar da Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul. Oikos, n. 8, p. 77- 106, 2007.
GABRIELE, A. Enterprises, Industry and Innovation in the People's Republic of China - Questioning Socialism from Deng to the Trade and Tech War. Singapore: Springer, 2020.
GABRIELE, A.; JABBOUR, E. A China e o socialismo de nosso tempo: a “Nova Economia do Projetamento” como estágio avançado do socialismo de mercado. No prelo, 2020.
GALBRAITH, J. K. Economics in Perspective: A Critical History. New York: Hardcover, 1987.
HEDLER, B. China´s international projection since 2008: the new core-periphery relations and the belt and road initiative through foreign direct investment. Revista da Escola Guerra Naval, v. 25, n. 2, p. 416-448. maio/agosto 2019.
HIRSCHMAN, A. The strategy of economic development. New Haven: Yale University Press, 1958.
INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION. Global Wage Report 2018/19 - What lies behind gender pay gaps. Geneva: ILO, 2018.
JABBOUR, E.: China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado. São Paulo: Anita Garibaldi/EDUEPB, 2012.
JABBOUR, E.; DANTAS, A. Na China emerge uma Nova Formação Econômico-Social. Princípios, nº 154, p.70-86, 2018.
JABBOUR, E.; DANTAS, A. Ignacio Rangel na China e a “Nova Economia do Projetamento”. Trabalho apresentado ao XXV Encontro Nacional de Economia Política. Disponível em: https://enep.sep.org.br/uploads/744_1582414295_SWEPcomidentifica%C3%A7%C3%A3oquevale_pdf_ide.pdf
JABBOUR, E.; DANTAS, A.; ESPÍNDOLA, C. Considerações iniciais sobre a “Nova Economia do Projetamento”. Geosul. v. 35, n. 75, p. 17-42, mai./ago. 2020.
JABBOUR, E.; DANTAS, A.; ESPÍNDOLA, C.; VELLOZO, J.; A (Nova) Economia do Projetamento: o conceito e suas novas determinações na China de hoje. Geosul. v. 35, n. 77, p. 17-48, dez. 2020.
KEYNES, J. The General Theory of Employment, Interest and Money. New York: Harcourt, 1936.
LEIBNIZ, G. W. Writings on China. Illinois: Open Court, 1998.
LO, D.; SHI, Y. China versus the US in the Pandemic Crisis: The State-People Nexus Confronting Systemic Challenges. SOAS Department of Economics. Working Paper No. 237, London: SOAS University of London, 2020.
LO, D.; WU, M. “The State and industrial policy in Chinese economic development”. In: SALAZAR-XIRINACHS, J. M.; NUBLER, I.; ZOZUL-WRIGHT, R. (Eds.). Transforming economies. Geneva: International Labour Office, 2014.
LOSURDO, D. Fuga da história – A revolução russa e chinesa vista de hoje. Rio de Janeiro: Revan, 2004.
MAMIGONIAN, A.: “A China e o marxismo: Li Dazhao, Mao e Deng”. In, DEL ROIO, M. (2008): (org.) Marxismo e Oriente: quando as periferias tornam-se os centros. Marília: Ícone, 2008
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. O processo de produção do capital. Vol. 1. São Paulo: Boitempo, 2011 [1867].
MARX, K. Formações econômicas pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.
MARX, K.; ENGELS. Sobre el Modo de Producción Asiático. Barcelona: M. Roca, 1969.
MERINO, G. El ascenso de China y las disputas estratégicas em los grupos dominantes de los Estados Unidos. Brazilian Journal of Latin American Studies - Cadernos Prolam/USP. v. 19, n. 37, p. 44-77, out. 2020.
NAUGHTON, B.: Is China socialist? Journal of Economic Perspectives, v. 31, n. 1, p. 3-24, 2017.
NOGUEIRA, I.: “Estado e capital em uma China com classes”. Revista de Economia Contemporânea. n. 22 (1), p. 1-23, 2018.
RANGEL, I. Prossegue a recuperação chinesa. Cadernos do Nosso Tempo. v. 1, n 1, p. 59-64, 1952.
RANGEL, I. “Desenvolvimento e Projeto”. In, RANGEL, I.: Obras Reunidas. Rio de Janeiro: Contraponto, [1956] 2005.
RANGEL, I. “Elementos de Economia do Projetamento”. In, RANGEL, I.: Obras Reunidas. Rio de Janeiro: Contraponto, [1959] 2005.
RODRIGUES, B.; MARTINS, C. O sistema Tiānxià (天下) como estratégia do Zhōngguó (中国) – reflexões sobre a transição hegemônica mundial no longo século XXI. Geosul. v. 35, n. 77, p. 166-195, dez. 2020.
SERENI, E. De Marx a Lênin: a categoria de “formação económico-social”. Meridiano – Revista de Geografía. n. 2, p. 248-346, 2013.
SCHUMPETER, J. The Theory of Economic Development. New Bruswick, New Jersey: Transaction Press, (1934 [1912]).
SCHUMPETER, J. Business Cycles. New York: McGraw Hill, 1939.
SCHUMPETER, J. Capitalism, Socialism and Democracy. London and New York: Routledge, 1942.
SILVA, M.. A categoria de formação sócio-espacial e a questão regional: uma aproximação com Gramsci. Observatorio Geográfico de América Latina. n. 11, p.1-7, 2012.
SILVA, M. A. Domenico Losurdo, filósofo da história, geógrafo do anticolonialismo. Portal Grabois. 16/07/2018. Disponível em: http://www.grabois.org.br/portal/artigos/154501/2018-07-16/domenico-losurdo-filosofo-da-historia-geografo-do-anticolonialismo Acessado a 13/09/2020.
SPENCE, J. D. The memory palace of Matteo Ricci. London: Faber, 1985.
STAIANO, M. F. La relaciones internacionales entre China y América Latina: encontrando un camino común hacia un nuevo orden mundial. Humania del Sur. Revista de Estudios Latinoamericanos, Africanos y Asiáticos, 25(Julio-Diciembre). 2018.
VADELL, J (2020). Globalización e interconectividad en sistema mundial moderno: transformaciones globales, Belt & Road Initiative y sistema sino-céntrico. In S. Caria & I. Giunta (Eds.), Pasado y presente de la cooperación internacional: una perspectiva crítica desde las teorías del sistema mundo. Quito: Editorial IAEN. 2020.
VADELL, J; SECCHES, D; BURGER, M. De la globalización a la Interconectividad: reconfiguración espacial en la iniciativa Belt & Road e implicaciones para el Sur Global. Revista Transporte y Territorio. n. 21, p. 44-67, 2019.
VADELL, J; STAIANO M. F. China en los intersticios de la crisis del multilateralismo y la globalización neoliberal: La Franja y la Ruta en Europa y el caso italiano. Araucaria, 22(45), 433-455. 2020.
XIANG, L. The Quest for Legitimacy in Chinese Politics. A New Interpretation. London e New York: Routledge, 2020
YU, H. Universal health insurance coverage for 1.3 billion people: What accounts for China’s success? Health Policy n. 119, p. 1145–1152, 2015
ZHANG, W. W. The China Wave: Rise of a Civilizational State. Shanghai: Horizon Media Co. 2012
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).