O Núncio Alessandro Bavona e a expansão das circunscrições eclesiásticas no Brasil entre 1907 e 1911
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Resumo
Este artigo analisa as políticas e estratégias da Santa Sé para criar novas circunscrições eclesiásticas durante a gestão do núncio apostólico Alessandro Bavona, que atuou entre 1907 e 1911. Serão enfocadas as relações entre a Santa Sé, que formulava projetos para reformar, fortalecer e expandir a Igreja Católica, e o episcopado brasileiro, que, muitas vezes, resistiu, colocou obstáculos e retardou o avanço dessas políticas. As fontes foram obtidas no Arquivo Apostólico Vaticano e no Arquivo Histórico da Sagrada Congregação dos Trabalhos Eclesiásticos Extraordinários. A criação de jurisdições eclesiásticas atendia a interesses civis e, sobretudo, eclesiásticos, pois pretendia ordenar o território e a gestão episcopal, dividindo as dioceses mais extensas, com maior ou menor densidade demográfica, a fim de tornar eficaz a assistência religiosa, disciplinar o clero, combater as religiões concorrentes, cristianizar as populações indígenas. A excepcional expansão institucional que ocorreu durante a gestão de Bavona favoreceu a ampliação da presença da Igreja Católica na sociedade e seu controle religioso.
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