Instituto Espírita Natalício de Jesus (1908-1911): estratégias de legitimação e sistematização do espiritismo em São Paulo
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Resumo
O presente artigo tem como propósito evidenciar a atuação do Instituto Espírita Natalício de Jesus e dos intelectuais engajados nessa instituição, como Anália Emília Franco, Francisco Antônio Bastos e João de Camargo Penteado, no âmbito do circuito espírita da cidade de São Paulo, no início do século XX; em um momento no qual diferentes associações e intelectuais espíritas concorriam para estabelecer a hegemonia no campo, além de intentar a uniformização das práticas. Essa associação representou um espaço de sociabilidade a partir do qual pretendia estabelecer uma orientação doutrinária ao movimento a partir da construção de uma identidade espírita relacionada às dimensões educacional, cultural e social do período; além de representar uma iniciativa singular ao criar uma escola direcionada para os filhos de espíritas. Ao analisar os impressos doutrinários editados por esses agentes, as revistas Natalício de Jesus e Nova Revelação, o texto pretende refletir sobre o debate acerca da história do espiritismo em São Paulo.
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