As religiões dos brasileiros

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Pierre Sanchis

Resumo

Há dois movimentos simultâneos no campo religioso brasileiro: um primeiro de distinção, multiplicação e rupturas; um segundo de relativa homogeneização.  No campo cristão, o fenômeno mais visível é o da entrada maciça dos pentecostais, não só na arena religiosa em geral, mas nos seus pontos de alta visibilidade, especialmente populares. O significado da preferência dos pobres e do aparente trânsito do catolicismo ao pentecostalismo tende a representar o trânsito entre duas culturas: a tradicional católica afro-brasileira, e a cultura moderna de escolha individual.  A Nova Era, por exemplo, representa ao mesmo tempo a contudente negação de uma modernidade individualista, racional e dessacralizadora, a tentativa de recapitular, no que tem de global, espiritual, carnal e cósmico, o caminhar do homem para uma completude nunca atingida, porque nunca concluída.  Assim, o meio religioso brasileiro, sobretudo popular, mas não exclusivamente, vive num certo clima espiritualista que parece compartilhado por várias mentalidades no Brasil. Pode-se então levantar a seguinte questão: como escapar, neste nosso olhar sobre as religiões dos brasileiros, de uma visão tão linearmente evolucionista, positivista na sua concepção, repressiva na sua política?

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Como Citar
SANCHIS, Pierre. As religiões dos brasileiros. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 28–43, 1997. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/horizonte/article/view/412. Acesso em: 30 abr. 2025.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Pierre Sanchis, UFMG

Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris, professor de Antropologia da UFMG.  É coordenador do Grupo de Estudos do Catolicismo do ISER.