Teologia a partir do vácuo – sobre dois textos de Dostoievski: Meditação diante do corpo de Maria Dimitrevna e A Dócil
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Resumo
O artigo analisa dois textos de Dostoievski, o primeiro, “Meditação sobre o corpo de Maria Dimitrievna”, redigido em 16 de abril de 1864, diante do cadáver de sua primeira esposa. É um dos raros textos onde Dostoievski escreve em primeira pessoa sobre suas convicções religiosas. A cena do corpo frio e inerte reflete a impotência da vida diante da mecânica impiedosa da natureza, tema que será recorrente nos futuros romances do autor, como em O Idiota, onde Dostoievski traduz o terrível sentimento de incerteza e repulsa diante da experiência da morte. No segundo texto, A Dócil, encontramos uma reflexão que se aproxima, surpreendentemente, da confissão pessoal que encontramos em sua Meditação. Nele Dostoievski descreve os pensamentos de um marido que anda de um lado para o outro do quarto, onde estão os restos mortais da esposa, que cometera suicídio atirando-se de uma janela com um ícone preso na mão. Nos dois textos, nos deparamos com o Dostoievski homem e o Dostoievski artista, portador de uma sensibilidade que traduz uma consciência religiosa e trágica acerca dos limites da natureza e da razão.
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