The semantics of sacralization: uses of time in president Médici’s speech usos do tempo no discurso do presidente Médici

Main Article Content

Eduardo Gusmão

Abstract

The aim of this article is to analyze the mimesis between the authority of the government established in 1964 and the schemes of civil religion, through a speech by President Garrastazu Médici. To this end, we investigate the interpretations given to the facts of the civil-military coup and how the commemorative pronouncement, six years later, operated with records of memory, with personal testimony and with historical categories to disseminate its truths about the nation. This was done in three topics. The first explores the principles of chronopolitics, which studies the revisions made in the past since the intentionally projected future. In the second, liturgical elements are identified in the presidential speech and the bases of the temporal hermeneutics are put into practice. Thirdly, it is highlighted how the dictatorial State sought to incorporate pastoral power into its way of governing the population. It concludes with the hypothesis that in the aesthetics of time established by the civil-military regime demonstrated a policy strategy of sacralization.

Downloads

Download data is not yet available.

Article Details

How to Cite
EDUARDO GUSMÃO. The semantics of sacralization: uses of time in president Médici’s speech: usos do tempo no discurso do presidente Médici. HORIZONTE - Journal of Studies in Theology and Religious Sciences, Belo Horizonte, v. 22, n. 68, p. e226803, 2024. DOI: 10.5752/P.2175-5841.2024v22n68e226803. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/horizonte/article/view/32766. Acesso em: 13 aug. 2025.
Section
Artigos/Articles: Dossiê/Dossier
Author Biography

Eduardo Gusmão, Pontificia Unviersidade Catolica de Goias

Doutorado em História pela Universidade de Brasília. Mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Graduado em História pela Universidade Católica do Salvador e bacharel em Teologia pelo Instituto Teológico da Bahia. País de origem: Brasil. E-mail: eduardo.hgs@hotmail.com.

References

ADORNO, Theodor W. La técnica psicológica de las alocuciones radiofónicas de Martin Luther Thomas. In: ADORNO, Th. W. Escritos sociológicos II – vol.1 (Obra completa 9/11). Madrid: Editora Akal, 2009, p.8-146.

ANKERSMIT, Frank R. Sublime historical experience. Stanford, CA: Stanford University Press, 2005.

ARENDT, Hannah. Sobre a revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

AZEVEDO, Thales de. A religião civil: introdução ao caso brasileiro. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro: ISER, n. 6,

p.69-89, 1980.

BELLAH, Robert. Civil religion in America (1966). In: BELLAH, R. Beyond Belief. 2. ed. Berkeley: California Press,

, p.168-189.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 141-168.

BHABHA, Homi. O local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

CASTRO, Celso. Exército e nação: estudos sobre a história do exército brasileiro. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012.

CERTEAU, Michel de. Le croyable, ou l’instituition du croire. Semiotica, v. 54, n.1-2, p.251- 266, 1985.

COELHO, Edmundo. Em busca de identidade: o exército e a política na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

ESPOSITO, F E BECKER, T. The times of politics, the politics of time and politicized time. History and Theory, Wesleyan Universty (UK), v. 63, n.4, p.3-23, dez. 2023.

FERNANDES, Florestan. A ditadura em questão. São Paulo: T.A. Queiroz Editor, 1982.

FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014.

FOUCAULT, Michel. Segurança, Território, População. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GIRARDET, Raoul. Mitos e mitologias políticas. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

GODOI, Rodrigo T. Teoria da memória: diálogo transdisciplinar e metahistória. In: PASSOS, A. A.; BENTO, L. C.;

GODOI, R. T. Historiografia crítica- ensaios, analítica e hermenêutica da História. Vitória: Editora Milfontes, 2020, p.161-230.

GREIMAS, A. J. e COURTÉS, J. Dicionário de semiótica. São Paulo: Cultrix, 1989.

HARMER, Tanya. The Cold War in Latin America. In: KALINOVSKY, Artemy; DAIGLE, Craig (eds.). The Routledge Handbook of the Cold War. New York: Routledge, 2014. p.133-148.

HARTOG, François. Evidência da História: o que os historiadores veem. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2011.

HERVIEU-LÉGER, Danièle. La religion pour mémoire. Paris: Le Cerf, 1993.

HUNT, Lynn. Globalisation and time. In: LORENZ, C. e BEVERNAGE, B. (ed.). Breaking up time: negotiantin the borders between present, past and future. Gottigen-DE: Vandenoeck e Ruprecht, 2013, p.199-215.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuições à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Editora PUC Rio, 2006.

KOSELLECK, Reinhart. Historia/historia. 2 ª ed. Madrid: Editorial Trotta, 2010.

LENHARO, Alcir. Sacralização da política. São Paulo: Papirus, 1986.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

MÉDICI, Presidente. Nova consciência de Brasil. Brasília: Imprensa Nacional, 1973.

MUSSOLINI, Benito. La doctrina del Fascismo. Madrid: Lebooks Editora, s/d.

PIO XI. Non abbiamo bisogno (1931). In: Documentos de Pio XI. São Paulo: Editora Paulus, 2004.

QUADROS, Eduardo G. Deus acima de todos? A construção teo-política na crise das democracias. Revista Brasileira de História das Religiões, XIII, n. 37, p. 59-75, mai-ago. 2020.

REES, John. Religion, populism and dynamics of nationalism. Religion, State and Society, v.49. n.3, p.195-210, 2021.

REIS, Daniel A. A ditadura faz cinquenta anos: história e cultura política nacional estatista. In: REIS, D. A.; RIDENTI,

M.; MOTTA, R. P. S. (Orgs.). A ditadura que mudou o Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014.

RICOEUR, Paul. Memória, História, Esquecimento. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.

RIVIÈRE, Claude. As liturgias políticas. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1989.

ROUSSEAU, Jean-jacques. Do contrato social. São Paulo: ebooksBrasil, 2001.

SANCHEZ, Wagner L. e ARRUDA, Glair A. Novas faces do cristofascismo no governo de Jair Bolsonaro. Revista

Eclesiástica Brasileira, v. 80, n. 316, p.353-372, mai-ago. 2020.

SCHMITT, Carl. Teologia política. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2006.

SCHWARCZ, Roberto. A lata de lixo da História. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

SILVA, Hélio. 1964: golpe ou contragolpe?. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.

SILVA. Wellington T. e SILVA, Alexandre S. Thales de Azevedo e a religião civil brasileira. Paralellus, v. 13, n. 32,

p.125-137, jan.-jul. 2022.

TRAVERSO, Enzo. As novas faces do Fascismo. São Paulo: Editoria Ayné, 2021.

TRAVERSO, Enzo. O passado, modos de usar. Lisboa: Editora Unipop. 2012.

VIDAL-NAQUET, Pierre. Les assassins de la mémoire. Paris: La Découverte, 1987.