A RESERVA POLÍTICO-ESCATOLÓGICA DA IGREJA E A CRISE SOCIAL

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Alonso Gonçalves

Resumo

O artigo trata de acentuar o aspecto político da igreja como contribuição ao atual contexto político-social. Com o retorno da “teologia política” como aporte para se pensar os aspectos teológicos da política no espaço público, torna-se propício revisitar a igreja enquanto manifestação política com incidência social indelével, não obstante todos os problemas que acompanham a Igreja como instituição. Assim, a partir das contribuições de Jürgen Moltmann e Giorgio Agamben, pretendemos partir de dois pressupostos: (i) A igreja está dentro da perspectiva religiosa, ou seja, a igreja é parte de uma religião, a cristã, e, nesse sentido, está envolvida com a dinâmica político-social; (ii) Dentro desse aspecto, a igreja carrega uma espécie de reserva político-escatológica que está na sua gênese, sendo, assim, possível incidir socialmente diante da crise social que atravessamos com suas categorias messiânicas. Desse modo, esperamos dar maior atenção ao aspecto escatológico da igreja e sua relação não futurista com a sociedade.

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Como Citar
GONÇALVES, Alonso. A RESERVA POLÍTICO-ESCATOLÓGICA DA IGREJA E A CRISE SOCIAL. INTERAÇÕES, Belo Horizonte, v. 17, n. 2, p. 430–442, 2022. DOI: 10.5752/P.1983-2478.2022v17n2p430-442. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/interacoes/article/view/27306. Acesso em: 11 set. 2025.
Seção
ARTIGOS
Biografia do Autor

Alonso Gonçalves, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Doutor (2020) e Mestre (2014) em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. pesquisador no Programa de Estudos Pós-graduados em Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Brasil. ORCID: 0000-0001-5123-5836. E-mail: alonso3134@hotmail.com.

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