CONDENAÇÃO OU INDULGÊNCIA ÀS FILHAS DE EVA? a perspectiva de Edith Stein diante da natureza feminina
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Plenitude. O termo muitas vezes utilizado para designar a característica primordial da criação do primeiro homem, a partir do mito da cosmogonia cristã, não pode ser igualmente atribuído à sua correspondente, a mulher. De fato, a teologia cristã - representada fundamentalmente pela patrística - esforçou-se por mantê-la sempre em segundo lugar, submissa e silenciada, por toda a história do Ocidente. Contudo, a partir dos movimentos em prol dos direitos das mulheres, a estrutura social derivada do mito de Adão e Eva passa a ser revista e reinterpretada à luz do desejo pela equidade. É diante desse cenário que Edith Stein (1891-1942), uma das primeiras doutoras em Filosofia da Alemanha, reescreve a interpretação de Eva, fundando uma nova linha argumentativa acerca da natureza feminina. A carmelita ultrapassa a teologia dos primeiros padres ao desfazer a imanência da natureza, inserindo a variável do tempo à definição da natureza dos gêneros. Ater o olhar à obra de Stein pode revelar novas vias teológicas para atualizar a discussão diante das questões da contemporaneidade. Seria o suficiente, contudo, para recomeçar a história das mulheres na teologia?
Downloads
Detalhes do artigo
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja em Inglês O Efeito do Acesso Livre).
Referências
AGOSTINHO. A cidade de Deus. Petrópolis: Vozes, 2011.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2015.
CRISÓSTOMO. Comentário às cartas de São Paulo. Coleção Patrística, vol. 27. São Paulo: Paulus, 2014.
JERÔNIMO. Comentário ao Evangelho de Mateus. Coleção Patrística, vol. 44. São Paulo: Paulus, 2021.
PERETTI, Clélia. A mulher no contexto histórico contemporâneo de Edith Stein. Revista Relegens Thréskeia, [S.l.], v. 2, n. 2, p. 26-47, dez. 2013.
RANKE-HEINEMANN, Uta. Eunucos pelo Reino de Deus: Igreja Católica e sexualidade – de Jesus a Bento XVI. 5° edição. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.
STEIN, Edith. Sobre el problema de la empatía. Madrid: Editorial Trotta, 2004.
STEIN, Edith. A mulher: sua missão segundo a natureza e a graça. Campinas: Ecclesiae, 2020.