CONDENAÇÃO OU INDULGÊNCIA ÀS FILHAS DE EVA? a perspectiva de Edith Stein diante da natureza feminina

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Resumo

Plenitude. O termo muitas vezes utilizado para designar a característica primordial da criação do primeiro homem, a partir do mito da cosmogonia cristã, não pode ser igualmente atribuído à sua correspondente, a mulher. De fato, a teologia cristã - representada fundamentalmente pela patrística - esforçou-se por mantê-la sempre em segundo lugar, submissa e silenciada, por toda a história do Ocidente. Contudo, a partir dos movimentos em prol dos direitos das mulheres, a estrutura social derivada do mito de Adão e Eva passa a ser revista e reinterpretada à luz do desejo pela equidade. É diante desse cenário que Edith Stein (1891-1942), uma das primeiras doutoras em Filosofia da Alemanha, reescreve a interpretação de Eva, fundando uma nova linha argumentativa acerca da natureza feminina. A carmelita ultrapassa a teologia dos primeiros padres ao desfazer a imanência da natureza, inserindo a variável do tempo à definição da natureza dos gêneros. Ater o olhar à obra de Stein pode revelar novas vias teológicas para atualizar a discussão diante das questões da contemporaneidade. Seria o suficiente, contudo, para recomeçar a história das mulheres na teologia?


 

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Como Citar
MERLINI, Isabelle. CONDENAÇÃO OU INDULGÊNCIA ÀS FILHAS DE EVA? : a perspectiva de Edith Stein diante da natureza feminina. INTERAÇÕES, Belo Horizonte, v. 17, n. 1, p. 171–182, 2022. DOI: 10.5752/P.1983-2478.2022v17n1p171-182. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/interacoes/article/view/27050. Acesso em: 21 ago. 2025.
Seção
ARTIGOS
Biografia do Autor

Isabelle Merlini

Licenciatura em Filosofia e Bacharelado em Ciências e Humanidades pela Universidade Federal do ABC (UFABC). Mestrado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Brasil. ORCID: 0000-0002-6361-219X. E-mail: isabelle.chiaparin@gmail.com.

Referências

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