OS IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO NA PRESERVAÇÃO DOS PATRIMÔNIOS CULTURAIS: A FESTA DO DIVINO DE MOGI DAS CRUZES - SP
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Estuda-se a influência do isolamento geográfico, econômico e cultural na manutenção e na permanência das tradições populares e religiosas e se isso influencia ou influenciou na criação de políticas de salvaguarda e preservação de patrimônios culturais que possam conter os efeitos deletérios do nivelamento cultural no cenário da globalização. Para esta reflexão, utilizou-se um estudo de caso da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes e as políticas municipais de preservação do patrimônio histórico local. Entendeu-se que o ser humano tem duas dimensões: a dimensão religiosa que vive em dois planos: sua existência mesma e a esperança da vida transcendental e, neste caso, o tempo sagrado é circular e o ser humano não religioso, que dessacralizou o mundo, relativizando-o cujo tempo é linear. É na visão do tempo cósmico, repetível indefinidamente que o ser humano religioso conseguiu manter as tradições vivas, despertando um olhar mais acurado dos promotores de políticas culturais e de turismo que pudessem, mesmo com interesses capitalistas, buscar conservar, preservar e salvaguardar essas tradições.
Downloads
Detalhes do artigo
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attributionque permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja em Inglês O Efeito do Acesso Livre).
Referências
ANDRADE, Mário. A entrada dos palmitos. São Paulo: Revista do Arquivo Municipal, vol. XXXII, 1937.
APOLLONI, Rodrigo W. & ANDRADE, Joachim. A metrópole e o futuro da religião. Interações – Cultura e Comunidade. Uberlândia. v.5, no. 8. pp.79-96. jul/dez 2010.
BONINI, Luci M.M. e MELO, Eliana M. Festa do Divino em Mogi das Cruzes: o percurso da fé e a conquista do alimento santificado. Anais do 9o. Encontro internacional de Música e Mídia. 18 a 20 de Setembro de 2013. Disponível em: http://musimid.mus.br/9encontro/wp-content/uploads/2013/11/9musimid_bonini-melo.pdf. Acessado em: 02.03.2017.
BRANDÃO, Carlos R. Cavalhadas de Pirenópolis – um estudo sobre a representação de cristãos e mouros em Goiás. Goiânia: Oriente. 1974.
CAMPOS, Jurandir F. de. (Org.). A Festa do Divino em Mogi das Cruzes: quatrocentos anos de devoção – aspectos históricos e iconográficos. Mogi das Cruzes: Associação Pró-Festa do Divino Espírito Santo, 2013.
CLAVAL, Paul. A festa religiosa. Ateliê Geográfico. Goiânia-GO. v.8. no.1, p. 06-29. Abril de 2014. disponível em: https://www.revistas.ufg.br/atelie/article/viewFile/29952/16526. Acessado em 13.03.2017.
CORRÊA, Aureanice de M. Espacialidades do sagrado – a disputa pelo sentido do ato de festejar da Boa Morte e a semiografia do território encarnador da prática cultural afro-brasileira. In. SERPA, Angelo. Espaços Culturais: vivencias, imaginações e representações. Salvador: EDUFBA. 2008 pp. 161-179.
DIAMOND, Jared. Armas, Germes e aço – os destinos das sociedades humanas. São Paulo, Record. 2005.
ELIADE, Mircea. El mito del eterno retorno. 1a ed. - Buenos Aires : Emecé, 2001.
FRADE, Cáscia. Festas do Divino no Brasil. Textos escolhidos de Cultura e Arte populares. vol. 2, no. 2, 2005. disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/fecap/article/view/12634. Acessado em 27.02.2017.
GRINBERG, Isaac. Folclore de Mogi das Cruzes. São Paulo: I. Grinberg, 1983.
______. Memória fotográfica de Mogi das Cruzes. São Paulo: Ex Libris, 2001.
GOMES, Cristine M. Turismo e cultura no Maranhão: as caixeiras da Festa do divino Espírito Santo em Alcântara. Dissertação de mestrado profissional em Gestão de Negócios Turísticos. UECE. Fortaleza. 2013.
GORGULHO, Guilherme. Lévi-Strauss e Mário de Andrade em Mogi das Cruzes – 1936 (vídeo). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=k14zxJHPI0o. Acessado em 26.02.2017
IZIDORO, José L. A religiosidade popular na cultura caiçara – a Festa do Divino Espírito Santo em Iguape. Antropos. 101. H1. 2016.
LEAL, João. Festa maior dos terreiros: Divino e Mina em São Luís (Maranhão). Revista Pós Ci. Soc. vol.11, no. 21, jan/jun 2014. disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/2871. Acessado em: 06.03.2017
LE GOFF, Jacques. El ordem de la memoria – el tiempo como imaginário. Ediciones Paidos Buenos Aires. Ar. 1982
MOGI DAS CRUZES. Decreto no. 7970, de 10 de setembro de 2007. Edital no. 44 de 28 de Dezembro de 2009. disponível em: http://www.comphap.pmmc.com.br/arquivos/44_2009.pdf. Acessado em 26.02.2017.
______________. Lei municipal 5.500, de 30 de Maio de 2003. Disponível em: http://www.comphap.pmmc.com.br/arquivos/lei_municipal/5500_2003.pdf. Acessado em: 28.02.2017.
______________. Lei municipal 6.086, de 18 de dezembro de 2007. Disponível em: http://www.comphap.pmmc.com.br/arquivos/lei_municipal/6086_2007.pdf. Acessado em: 28.02.2017.
MORAES, Fernando O. A festa do divino em Mogi das Cruzes: folclore e massificação na sociedade contemporânea. São Paulo: Annablume, 2003.
MORAES, M. S. Nova História de Mogi das Cruzes. 1. ed. Mogi das Cruzes: Editora Mogi News, 2010. v. 4000. 335p .
QUEIROZ, Rodrigo D. e NUNES, Antônio V.. A experiência do tempo no sagrado e no profano à luz da interpretação de Mircea Eliade. Revista de Filosofia Aufklarung. vol.1, no. 2 out. de 2014.
PIRES, Cibelia. R.S. A religiosidade caipira: a festa do Divino em Piracicaba. Fênix, Revista de História e Estudos culturais. Vol. 6. ano VI, no. 2 Abr/Mai/Jun 2009. disponível em: http://www.revistafenix.pro.br. Acessado em 26.02.2017.
PRADOS, Rosália M.N. A alvorada: signos e significação. In. BONINI, Luci M.M. PEREIRA, Rute P.F. Rezadeiras e Rezadores na Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, SP: os saberes e fazeres como patrimônio cultural. São Paulo: Editae, 2015. pp. 49-52
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado - fundamentos Teórico e metodológico da geografia. Hucitec.São Paulo 1988.
ZAMAI, Silvia B. Valorização do patrimônio cultural de Mogi das Cruzes. Dissertação de Mestrado em Arquitetura e urbanismo. Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2008.