Ganhando Uma Briga De Rap Através Da Dança

análise da disputa de autenticidade entre Kendrick Lamar e Drake pelo viés dos regimes coreopolíticos do rap

Autores

  • Mário A. O. M. Rolim Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14n25e34622

Palavras-chave:

Rap, política, autenticidade, regimes coreopolíticos, estética

Resumo

Entre março e maio de 2024, os rappers Drake e Kendrick Lamar protagonizaram uma briga singular na história do rap. Este ensaio aborda essa briga por dois arcabouços conceituais. Primeiramente, analise-se a batalha de modo mais discursivo, como uma disputa entre duas noções de autenticidade do rap dos EUA: a noção reterritorializante, vinculada a Lamar, e a noção desterritorializante, ligada a Drake. Posteriormente, aponta-se que o viés discursivo é insuficiente para entender tanto as razões da vitória de Lamar quanto o estado atual do rap. Por isso, o ensaio é concluído com uma análise pelo viés dos regimes coreopolíticos do rap, demonstrando que a politicidade do rap não está restrita a uma forma poética específica, dependendo de fatores como os movimentos dos corpos e suas relações com territórios afetivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mário A. O. M. Rolim, Universidade Federal de Pernambuco

Pós-Doutorando em Comunicação com bolsa concedida pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) por meio do programa Bolsa de Fixação de Pesquisador (BFP). Doutor e Mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E-mail: marioaugusto199301@gmail.com.

Referências

ALIM, Samy H. “Bring It To The Cypher: hip hop nation language”. In: FORMAN, Murray; NEAL, Mark Anthony (Org.). That's The Joint!: the hip-hop studies reader. 2nd ed. New York: Routledge, 2012. Cap. 35, p. 530-563.

BALDWIN, James. The Fire Next Time. New York: 3rd ed. Vintage Books, 2013.

BURTON, Justin Adams. Posthuman Rap. 1st ed. New York: Oxford University Press, 2017.

CESARINO, Letícia. O Mundo Do Avesso: verdade e política na era digital. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, vol. 4. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012.

FOSTER, Susan Leigh. “Choreographies Of Gender”. In: Signs, v. 24, n. 11, pp. 11-13. Chicago, Outono 1998. Disponível em: < https://www.jstor.org/stable/3175670 >. Acesso em: 7 nov. 2024.

GODARD, Hubert. “Gesto e Percepção”. In: SOTER, Silvia; PEREIRA, Roberto (org.). Lições de Dança 3. Rio de Janeiro: UniverCidadeEditora, 2003. Cap. 1, p. 11-35.

HEWITT, Andrew. Social Coreography: ideology as performance in dance and everyday movement. 1st ed. Durham & London: Duke University Press, 2005.

IANDOLI, Kathy. God Save The Queens: the essential history of women in hip-hop. 1st ed. New York: Harper Collins, 2019.

LEPECKI, André. “Coreopolítica E Coreopolícia”. In: ILHA, Florianópolis, v. 13, n. 1, jan./jun., 2012, p. 41-60. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8034.2011v13n1-2p41.

LIMA, Dani. “Gesto, Corporeidade, Ética E Política: pensando conexões e diálogos”. In: Simpósio Internacional Repensando Mitos Contemporâneos, 2, 2017, Campinas.

MACHADO, Taísa. Cabeças da Periferia: Taísa Machado - o afrounk e a ciência do rebolado. 1. ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2020.

McLEOD, Kembrew. “Authenticity Within Hip-Hop And Other Cultures Threatened With Assimilation”. In: FORMAN, Murray; NEAL, Mark Anthony (Org.). That's The Joint: the hip-hop studies reader. 2nd ed. New York: Routledge, 2012. Cap. 13, p. 164-178.

NASCIMENTO, Beatriz. Uma História Feita Por Mãos Negras: relações raciais, quilombos e movimentos. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

NUNES, R. Do Transe À Vertigem: ensaios sobre bolsonarismo e um mundo em transição. 1. ed. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

RANCIÈRE, Jacques. A Partilha Do Sensível: estética e política. 2. ed. São Paulo, Editora 34, 2009.

ROLIM, Mário A. O. M. Múltiplos modos de mover politicamente os corpos no rap: cartografia dos regimes coreopolíticos do rap do Brasil e dos EUA. 2023. Tese (Doutorado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.

_____, Rosto branco, voz “negra”: Iggy Azalea e as tensões do pop-rap. 2018. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2018.

ROSE, Tricia. Black Noise: rap music and black culture in contemporary america. 1st ed. Hanover: Wesleyan University Press, 1994.

TATE, Greg. “Hip-Hop Turns 30: Whatcha' Celebratin' For?”. In: FORMAN, Murray; NEAL, Mark Anthony (Org.). That's The Joint!: the hip-hop studies reader. 2nd ed. New York: Routledge, 2012. Cap. 6, p. 63-68.

VIEIRA, Daniela. “A Nova Condição Do Rap: de cultura de rua à são paulo fashion week”. In: Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, abr. 2022. DOI: https:// doi.org/10.52780/res.v27iesp1.15829.

YOUNG, James O. Cultural Appropriation and The Arts. 1st ed. Hoboken: Blackwell Publishing Ltd, 2010.

Capa da revista dispositiva.

Downloads

Publicado

30-06-2025

Como Citar

ROLIM, Mário A. O. M. Ganhando Uma Briga De Rap Através Da Dança: análise da disputa de autenticidade entre Kendrick Lamar e Drake pelo viés dos regimes coreopolíticos do rap. Dispositiva, Belo Horizonte, v. 14, p. e34622, 2025. DOI: 10.5752/P.2237-9967.2025v14n25e34622. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/dispositiva/article/view/34622. Acesso em: 30 set. 2025.

Edição

v. 14 (2025): Tema Livre e Dossiê temático: Dramaturgias em/da cena: artes, corpos e comunicação

Seção

DOSSIÊ Dramaturgias em/da cena: artes, corpos e comunicação

Licença

Copyright (c) 2025 Mário A. O. M. Rolim

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Os direitos autorais dos artigos publicados na Dispositiva pertencem ao(s) autor(es) do texto, com base nas normas da Editora PUC Minas. A revista tem direito à primeira publicação do artigo, registrado sob uma licença de compartilhamento Creative Commons CC BY 4.0. A licença permite o compartilhamento e adaptação do texto, sempre com atribuição de créditos, sem restrições adicionais. Solicita-se ao(s) autor(es) assinalar(em) o termo-declaração que expressa a afirmação da autoria, originalidade e ineditismo do texto, durante a submissão, conforme os termos abaixo:

  1. Ao submeter à Dispositiva, pessoas autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho sendo publicado sob uma licença Creative Commons na modalidade atribuição, uso não comercial e compartilhamento pela mesma licença (CC BY 4.0).
  2. Ao submeter à Dispositiva, pessoas autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e menção à publicação inicial nesta revista.