Lógica da (In)apropriação? Os problemas do construtivismo na análise do alargamento da União Européia
Logic of (In)appropriateness? The problems of constructivism in the analysis of European Union
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2317-773X.2019v7.n2.p7-20Palavras-chave:
Alargamento da União Européia, Construtivismo Social, Integração Européia, Condicionalidades, Lógica da Apropriação.Resumo
Muitos construtivistas na área de Integração Européia oferecem explicações sobre o processo de alargamento da UE a partir da lógica da apropriação, opondo-a a explicações baseadas na lógica da conseqüência. A primeira seria fundada em uma ontologia construtivista, indicando a prevalência das normas na determinação do comportamento dos atores. Já a segunda é associada a uma ontologia racionalista, com atores que interagem a partir de identidades pré-definidas, não constituídas pelas normas dos contextos de interação. Na medida em que os candidatos do leste da Europa foram incorporados ao processo de adesão, esperava-se a adequação de suas condutas às normas que conferiam identidade à União Européia. O problema é que a lógica da apropriação pressupõe a existência de normas institucionalizadas, de modo que as ações dos não-membros pudessem ser comparadas a elas e consideradas “apropriadas” ou não. Isso implica, também, que os membros da UE deveriam reproduzir em suas ações o que prescrevem para que novos candidatos fossem aceitos. Todavia, uma breve análise do trato conferido às minorias indica que essas duas condições não foram satisfeitas durante o processo de alargamento. O artigo elabora os motivos teóricos e políticos para essa inconsistência, e propõe que o modelo construtivista é inapropriado.
Downloads
Referências
BÖRZEL, Tanja A. , DIMITROVA, Antoaneta , SCHIMMELFENNIG, Frank. European Union enlargement and integration capacity: concepts, findings, and policy implications. Journal of European Public Policy, vol. 24, no. 2, pp. 157-176, 2017.
CHECKEL, Jeffrey T., Compliance and Conditionality. ARENA Working Papers Series, no. 18, 2000.
CHECKEL, Jeffrey T., “Social Construction and Integration”. Journal of European Public Policy, vol. 6, no. 4, pp. 545-60, 1999.
GRABBE, Heather. “European Union Conditionality and the ‘Acquis Communautaire’”. International Political Science Review / Revue internationale de science politique, vol. 23, no. 3, pp. 249-268, 2002.
JOHNS, Michael. “‘Do as I Say, Not as I Do’: The European Union, Eastern Europe and Minority Rights”. East European Politics and Societies, vol. 17, no. 4, pp. 682-699, 2003.
KEATING, Michael. “European Integration and the Nationalities Question”. Politics & Society, vol. 32, no. 3, pp. 367-388, 2004.
MARCUSSEN, Martin; RISSE, Thomas; ENGELMANN-MARTIN, Daniela; KNOPF, Hans Joachim; ROSCHER, Klaus. “Constructing Europe? The evolution of French, British and German nation state identities”. Journal of European Public Policy (Special Issue), vol. 6, no. 4, pp. 614-633, 1999.
OLSEN, Johan P.; MARCH, James G. “The logic of appropriateness”. ARENA Working Paper Series, no. 09, pp.1-28, 2004.
OLSEN, Johan P. “The Many Faces of Europeanization”. Journal of Common Market Studies, vol. 40, no.5, pp. 921-952, 2002.
PRIDHAM, Geoffrey. “European Union Accession Dynamics and Democratization in Central and Eastern Europe: Past and Future Perspectives”. Government and Opposition, vol. 41, no. 3, pp. 373-400, 2006.
RISSE, Thomas. “Social Constructivism and European Integration”. In: Weiner e Diez (Orgs). European Integration Theory. Oxford: Oxford University Press, pp. 162-176, 2004.
SASSE, Gwendolyn. “EU Conditionality and Minority Rights: Translating the Copenhagen Criterion into Policy”. European University Institute Working Papers Series Robert Schuman Centre for Advanced Studies, no 16, pp. 1-21, 2005.
SCHIMMELFENNIG, Frank. “The Community Trap: Liberal Norms, Rhetorical Action, and the Eastern Enlargement of the European Union”. International Organization, vol. 55, no. 1, pp. 47-80, 2001.
SCHIMMELFENNIG, Frank. “Liberal community and enlargement: an event history analysis”. Journal of European Public Policy, vol. 9, no. 4, pp. 598-626, 2002.
SCHIMMELFENNIG, Frank; SEDELMEIER, Ulrich. “Governance by conditionality: EU rule transfer to the candidate countries of Central and Eastern Europe”. Journal of European Public Policy, vol.11, no. 4, pp. 661-679, 2004.
SCHIMMELFENNIG, Frank; SEDELMEIER, Ulrich. “Theorizing EU enlargement: research focus, hypotheses, and the state of research”. Journal of European Public Policy, vol. 9, no. 4, pp. 500-528, 2002.
SENDING, Ole J. “Constitution, Choice and Change: Problems with the `Logic of Appropriateness' and its Use in Constructivist Theory”. European Journal of International Relations, vol. 8, no. 4, pp. 443-470, 2002.
WALKER, R.B.J. “Europe is not where it is supposed to be”. In: KELSTRUP, M; WILLIANS, M. (Orgs.) International Relations Theory and the Politics of European Integration: Power, Security and Community. London: Routledge, pp. 14-32, 2000.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).