A dimensão espiritual da comensalidade no filme “A Festa de Babette”: por uma compreensão ecumênica da hospitalidade e da eucaristia
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Resumen
A espiritualidade é o cuidado com a vida em sua integralidade. Como define Faustino Teixeira no artigo “Malhas da hospitalidade”, ela é a capacidade de celebrar a vida em profundidade, ou seja, a capacidade humana de reconhecer que a vida tem uma dimensão profunda – da qual irradiam amor desinteressado, gratuidade, atenção, cortesia e hospitalidade – e de se alegrar com isso. Diferentemente do que geralmente se pensa, a espiritualidade não se restringe aos templos e espaços religiosos, antes, diz respeito a pessoas e não a almas etéreas. Portanto, perpassa toda a vida cotidiana. Na atualidade, diante dos desafios dos tempos sombrios em que vivemos, tanto na dimensão política como na de saúde pública, a casa se torna um lugar privilegiado para o cultivo da espiritualidade. Neste artigo, buscamos explicitar a dimensão espiritual da comensalidade de acordo com uma análise interpretativa do filme “A Festa de Babette” (1987), dirigido por Gabriel Axel, baseado na obra homônima da escritora dinamarquesa Karen Blixen. Em nossa análise, buscamos ressaltar a compreensão ecumênica do mistério eucarístico que o filme inspira.
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