Antonio Vieira e a pregação no século XVII: mover, convencer e persuadir
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Résumé
A teoria psicossomática aristotélico-tomista acerca das paixões constitui o fundamento principal da visão dos jesuítas nos séculos XVI e XVII. Tal conhecimento reflete-se na forma como o teólogo e pregador jesuíta Antonio Vieira (1608-1697) serviu-se de tais teorias, na arte da pregação, para mover os afetos, persuadir a razão e convencer os ouvintes. Desse modo, apresentamos os elementos essenciais que caracterizam a teologia da pregação, no período da Escolástica Barroca a partir do sermão das chagas de São Francisco. Neste sermão o padre Antonio Vieira reconhece em Francisco de Assis a segunda estampa de Cristo crucificado. Além disso, discute as questões das paixões da alma na sua relação com os sentidos humanos e apresenta a unio mystica como expressão da conversão. Assim, no âmbito de uma espiritualidade que, como aquela dos jesuítas, valoriza o conhecimento de si mesmo, o sermão permite notar como se articulam no discurso o elemento psicológico e cognitivo, os aspectos da memória e da imaginação, dos afetos e da inteligência com a finalidade de converter e persuadir.
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