Usos políticos dos projetos de conversão na fronteira amazônica (Século XVII)

Contenuto principale dell'articolo

André José Santos Pompeu

Abstract

O presente texto versa sobre as utilizações políticas que a conversão dos grupos indígenas suscitou na fronteira amazônica. A fronteira a que aludimos aqui diz respeito aos rios Marañon, Solimões e Negro, onde os limites das colônias europeias se encontravam. Se por um lado havia o caráter espiritual, em reduzir os indígenas a fé católica, por outro, as conversões foram amplamente utilizadas pelos estados ibéricos para garantir sua zona de influência, além de garantir a supremacia econômica no vale amazônico. E além dos ibéricos, a conversão foi uma política na qual os indígenas se aproveitaram para tirar vantagens da condição de “vassalo do rei”, que o fato de se tornar católico expressava. Desse modo, o presente trabalho dialoga com os estudos de fronteira, sobretudo, com a noção de Missão como instituição de fronteira, além do Protagonismo Indígena, em demonstrar a perspectiva dos grupos nativos, frente ao processo de conversão.

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Dettagli dell'articolo

Come citare
POMPEU, André José Santos. Usos políticos dos projetos de conversão na fronteira amazônica (Século XVII). HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, Belo Horizonte, v. 20, n. 63, p. e206304, 2024. DOI: 10.5752/P.2175-5841.2022v20n63e206304. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/horizonte/article/view/28134. Acesso em: 12 ago. 2025.
Sezione
Artigos/Articles: Dossiê/Dossier
Biografia autore

André José Santos Pompeu, Universidade Federal do Pará

Doutor em História pela UFPA, Professor substituto da Faculdade de História da UFPA/Bragança. Brasil. Email: andre.pompeu@yahoo.com

Riferimenti bibliografici

ACOSTA, José de. Historia natural y moral de las Indias. Sevilha: Casa de Ivan de Leon, 1590.

ACUÑA, Cristobal de. Nuevo descubrimento del Gran Rio del Amazonas, en el año de 1639. In: Informes de Jesuitas en el Amazonas (1660-1684). Iquitos: IIAP-CETA, 1986.

ACUÑA, Cristobal de. Novo descobrimento do grande rio das Amazonas. Rio de Janeiro: Agir, 1994.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: Identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. 2ª Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

ARENZ, Karl Heinz; SILVA, Diogo Costa. Levar a luz de nossa santa fé aos sertões de muita gentilidade: fundação e consolidação da missão jesuíta na Amazônia portuguesa (Século XVII). Belém: Açaí, 2012.

BACCI, Massimo Livi. The population of Mainas, Upper Amazon, in the XVIII Century. Anais X Congreso Asociación de Demografía Histórica, Albacete, 2013.

BASTOS, Carlos Augusto. No limiar dos impérios. A fronteira entre a Capitania do Rio Negro e a Província de Maynas: Projetos, circulações e experiências (1780-1820). São Paulo: Hucitec, 2017.

BOLTON, Herbet. The mission as a frontier institution in the Spanish-American colonies. The American Historical Review. Oxford, v. 23, n. 01, p. 41-61, 1917.

BOMBARDI, Fernanda Aires. Pelos interstícios do olhar do colonizador: descimentos de índios no Estado do Maranhão e Grão-Pará (1680-1750). São Paulo, 2014. 187 f. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-graduação em História Social, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

BONILLO, Pablo Ibáñez. Desmontando a Amaro: una re-lectura de la rebelíon tupinambá (1617-1621). Topoi, Rio de Janeiro, v. 16, n. 31, p. 465-490, 2015.

BOTÍA, Carlos Gilberto Zárate. Movilidad y permanencia ticuna en la frontera amazónica colonial del siglo XVIII. Journal de la Societé des Américanistes, Paris, Tomo 884, n. 1, p. 73-98, 1998.

BOXER, Charles. A igreja militante e a expansão ibérica (1440-1770). São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

CARDOSO, Alírio. Insubordinados, mas sempre devotos: poder local, acordos e conflitos no Antigo Estado do Maranhão (1607-1653). Campinas, 2002. 263 f. Dissertação de mestrado (Mestrado em História) - Programa de Pós-graduação em História, Universidade Estadual de Campinas.

CARDOSO, Alírio. Maranhão na monarquia hispânica: intercâmbios, guerra e navegação nas fronteiras das Índias de Castela (1580-1655). Salamanca, 2012. 436 f. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Geografia e História, Universidade de Salamanca, 2012.

CARVALHO JR, Roberto Zahluth. “Dominar homens ferozes”: missionários carmelitas no Estado d Maranhão e Grão-Pará (1686-1757). Salvador, 2015. 261 f. Tese de doutorado, Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade Federal da Bahia.

CARVALHO, Francismar Alex Lopes de. Lealdades negociadas: Povos indígenas e a expansão dos impérios ibéricos nas regiões centrais da América do Sul (Segunda metade do século XVIII). São Paulo: Alameda, 2004.

CARVALHO, Francismar Alex Lopes de. Missionizing on the Edge: Religion and Power in the Jesuit Missions of Spanish Amazonia. Series: Jesuit Studies. Brill. Leiden. Vol. 37, 2023.

CHESNEAUX, Jean. Du passe faison table rase? Paris: François Maspero, 1976.

CRUZ NETO, Raimundo Marques da. Em busca das províncias grandiosas: As entradas espanholas quinhentistas na fronteira oriental dos Andes centrais (1538-1561). São Paulo, 2014. 174 f. Dissertação (Mestrado em História), Programa de Pós-graduação em História Social, Universidade de São Paulo.

FARAGE, Nádia. As muralhas dos sertões: os povos indígenas no Rio Branco e a colonização. Campinas, 1986. 469 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Departamento de Ciências Sociais, Universidade Estadual de Campinas.

FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Viagem filosófica: Pelas capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. Manaus: Valer, 2007.

FIGUEROA, Francisco de. Informe de las missiones de el Marañon, Gran Pará ó Rio de las Amazonas que haze el Pe. Francisco de Figueroa, visitador y rector de ellas, al Pe. Hernando Cabero, Provincial de la Compañia de Jesús de la Provincia del Nuevo Reyno y Quito, à 8 del mes de Agosto de 1661. In: Informes de Jesuitas en el Amazonas (1660-1684). Iquitos: IIAP-CETA, 1986.

FUCHS, Juan Carlos Estenssoro. Del paganismo a la santidade: La incorporación de los indios del Perú al catolicismo (1532-1750). Lima: IFEA, 2003.

GADELHA, Regina Maria d’Aquino. Las misiones Guarani y el problema de las fronteras: 1610-1750. In: VANGELISTA, Chiara (org.). Fronteras, etnias, culturas: América Latina, siglos XVI-XX. Quito: Abya-Yala, 1996.

GARCIA, Elisa F. As diversas formas de ser Índio: Políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América portuguesa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.

GONZALÉZ, Sebastián Gómez. Frontera selvática: españoles, portugueses y su disputa por el noroccidente amazónico, siglo XVIII. Bogotá: Instituto Colombiano de Antropología e Historia, 2014.

Informes de Jesuitas en el Amazonas (1660-1684). Iquitos: IIAP-CETA, 1986.

LUZERO, Juan Lorenzo. De dos cartas escritas de un missionero, y del superior de las missiones de los Maynas, en el rio Marañon, jurisdiccion de la Real Audiencia de Quito, avisando al padre Vice-Provincial de la Compañia de Jesus, del nuevo Reyno de Granada; el uno, el estado del pueblo en que assiste; y el otro, el que tiene parte del aquella gloriosa mission, que avia visitado el año pasado de 1681. In: Informes de Jesuitas en el Amazonas (1660-1684). Iquitos: IIAP-CETA, 1986.

MARONI, Pablo. Noticias Autenticas del famoso Rio Marañon (1738). Iquitos: IIAP-CETA, 1988.

MATOS, Frederik L. A. de. Os “frades del rei” nos sertões amazônicos: os capuchos da piedade na Amazônia colonial (1693-1759). Belém, 2014. 226 f. Dissertação (Mestrado em História Social) - Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia, Universidade Federal do Pará.

MELLO, Márcia Eliane A. Souza e. O Regimento das Missões: poder e negociação na Amazônia portuguesa. Clio: série História do Nordeste, Manaus, v. 27, n.1, , p. 46-75, 2009.

NORDMAN, Daniel. Frontières de France: de l’espace au territoire (XVI-XIX siècle). Paris: Gallimard, 1998.

POMPEU, André. As drogas do sertão e a Amazônia colonial (1677-1777). Belém, 2021. 386 f. Tese (Doutorado em História Social) - Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia, Universidade Federal do Pará.

POMPEU, André. Monções amazônicas: avanço e ocupação da fronteira noroeste (1683-1706). 148 f. Belém, 2016. Dissertação (Mestrado em História Social) - Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia, Universidade Federal do Pará.

SÁNCHEZ, Javier Burrieza. Los jesuitas en España y en el mundo hispánico. Madrid: Marcial Pons, 2004.

SANTOS, Fabiano Vilaça dos. Política e administração na Amazônia colonial: regimentos e instruções para o governo das capitanias do Pará e Maranhão (séculos XVII e XVIII). Territórios e Fronteiras, Rio de Janeiro, vol. 11, n.2, p. 42-69, 2018.

SWEET, David. Francisca: escrava da terra. Anais da Biblioteca e Arquivo Públicos do Pará, tomo XIII. Belém:

SECULT, 1983.

TAYLOR, Anne Christine. História pós-colombiana da alta Amazônia. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, Secretaria municipal de cultura: FAPESP, 1992.

WEBER, David J. Turner, the Boltanians and the Borderlands. The American Historical Review, Oxford, vol. 91, n. 1, p. 66-81, 1986.