Fundamentalismo ateu contra fundamentalismo religioso (Atheist Fundamentalism against Religious Fundamentalism) - DOI: 10.5752/P.2175-5841.2010v8n18p9
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Resumo
Resumo
O fundamentalismo é um fenômeno relativamente recente, pelo menos como posição articulada e autoconsciente. O presente artigo apresenta, de início, uma reflexão sobre o surgimento do termo fundamentalismo, em breve resgate histórico. A seguir, identifica e analisa as características principais dessa atitude, tanto na sua configuração psicológica (subjetivismo fechado), como na sua teoria epistemológica implícita (fideísmo radical, fé ou submissão a uma autoridade religiosa como fonte exclusiva ou predominante de certeza epistemológica), na sua hermenêutica (liberalismo na interpretação de escrituras) e na sua maneira de priorizar um ativismo radical, na perspectiva pragmática (tendência a medidas radicais, à militância e até ao terrorismo no prosseguimento efetivo dos seus fins). Aplicando essa análise, mostra que os debates atuais entre cristãos e "neoateus" parecem frequentemente fundamentalistas, mas não apenas do lado religioso da disputa. Talvez o nome de fundamentalista possa ser reivindicado por alguns que ficariam bem surpresos pela nova titulação. A última parte do artigo discute a religião "usada" e "abusada".
Palavras-chave: Ateísmo; Fundamentalismo; Filosofia da religião.
Abstract
Fundamentalism is a relatively recent phenomenon, at least as an articulated and self-conscious position. The present article begins by reflecting on the origin of the term fundamentalism in a brief historical review. Then the principal characteristics of this attitude are identified and analyzed, both in its psychological configuration (a closed subjectivity), as well as in its implicit epistemological theory (radical fideism, faith or submission to a religiou authority as exclusive or predominant source of epistemological certitude), its hermeneutics (literalism in the interpretation of scriptures) and its manner of prioritizing radical activisim in its pragmatic perspective (tendency to radical means, to militancy and even terrorism in the effective persecution of its ends). Applying this analysis, current debates between Christians and "neo-atheists" appear frequently fundamentalist, but not only on the religious side of the dispute. Perhaps the name fundamentalist can be claimed even by some who would be quite surprised by the new christening. The last part of the article discusses "used" and "abused" religion.
Key words: Atheism; fundamentalism; philosophy of religion.
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