Oração e Saúde: questões para a Teologia e para a Psicologia da Religião (Prayer and Health: issues for theology and psychology of religion) - DOI: 10.5752/P.2175-5841.2013v11n30p627
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Resumo
A pesquisa quantitativa tem sido predominante nos estudos sobre oração. A partir de uma abordagem qualitativa baseada na análise de conteúdo, este estudo examina as relações entre oração e saúde. Os dados são provenientes de 104 vídeos com entrevistas gravadas com participantes de igrejas Católicas, Protestantes e Pentecostais. A análise levantou quatro categorias descritivas do uso da oração: 1. Como estratégia de coping (enfrentamento) (62,5%); 2. Para manter viva a espiritualidade (15,3%); 3. Como técnica de empoderamento mútuo (8,6%); 4. Como ponto de mudança no processo existencial (13,4%). Correspondem a estas categorias, respectivamente, os tipos de oração: 1. Petição, Lamentação; 2. Descanso, Sacramental, 3. Intercessão; 4. Conversão, Chamado; Movimento do Espírito. De acordo com a literatura corrente, a oração proporciona formas de conexão orientadas “para dentro/si mesmo”; “para cima/divino” e “para fora/outro”. Os resultados sugerem uma modalidade de conexão ainda não estudada: a conectividade epifânica – que se origina no sagrado, vem ao encontro do humano, e marca um ponto de mudança no processo existencial. Os achados indicam estreita relação entre oração e saúde mental e espiritual, como diminuição da ansiedade, direção e propósito na vida, e apontam a importância de maiores estudos na interface entre teologia e psicologia da religião.
Palavras-chave: Oração. Coping religioso espiritual. Saúde mental e espiritual. Psicologia da religião. Subjetividade.
Abstract
Quantitative research has been prevalent in the studies on prayer. Using a qualitative approach based on content analysis, this study examines the relationship between prayer and health. Data come from 104 recorded interviews of participants from Catholic, Protestant and Pentecostal traditions. The analysis found four categories that describe the use of prayer: 1. Prayer as a religious coping strategy (62,5%); 2. Prayer as a discipline to keep spirituality alive (15,3%); 3. Prayer as a technique of mutual empowerment (8,6%); 4. Prayer as a turning point in the existential process (13,4%). The types of prayer corresponding to these categories are: 1. Petitionary and Lamentation; 2. Rest and Sacramental; 3. Intercessory prayer; 4. Conversion; Calling; Movement of the Spirit. According to the current literature, prayer provides inward, outward and upward connectivity. The results indicate an additional connectivity not yet studied: the Epiphanic connectivity, which comes from sacred to human and marks a turning point in the existential process. The outcomes suggest a close relationship between prayer and spiritual and mental health by decreasing anxiety, making meaning and purpose in life, and point out the relevance and need for further studies on the interface between theology and psychology of religion.
Key words: Prayer. Spiritual religious coping. Mental and spiritual health. Psychology of religion. Subjectivity.
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