Letramento crítico no Ensino Médio: uma proposta didática sobre pós-fatos contra o Nordeste/nordestino(a) em aulas de Língua Portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2358-3428.2021v25n54p296-322Palabras clave:
Pós-verdade. Responsividade. Fake news. Letramento informacional e midiático. Ética.Resumen
Compreendemos que cabe à escola, e especialmente à docência de Língua Portuguesa, preparar alunos e alunas para uma leitura cuidadosa e responsiva da produção informacional e midiática, possibilitando um olhar crítico sobre a “objetividade” dos fatos, colaborando, desse modo, com a (re)construção e problematização de um sentimento de pertencimento a uma territorialidade, quando os textos para o ensino e a aprendizagem da linguagem têm como objeto de discurso uma região e seu povo. Assim, se sabemos que a disseminação de notícias falsas e de pós-verdades pode ocasionar vários danos à sociedade em geral e às pessoas especificamente, proponho-me, nesse artigo, à reflexão, em aulas de Língua Portuguesa, acerca da formação do letramento crítico de estudantes do Ensino Médio, a partir do trabalho com textos, informação midiática e a cultura do “pós-fato” em que a temática seja o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. Para tanto, sugere-se um Plano de Ensino mensal com fito de construir uma leitura crítica e fomentar a formação de opinião a partir da recepção de “pós-fatos” que tomam como referente o Nordeste e o(a)s nordestino(a)s. O plano em questão prevê discutir com os alunos questões éticas, sociais e de formação do sujeito contemporâneo, interessada nos processos de ensino e de aprendizagem, em aulas de Língua Portuguesa, para a formação de leitor(a) crítico(a) frente à (própria) territorialidade.
Palavras-chave: Pós-verdade. Responsividade. Fake news. Letramento informacional e midiático. Ética.
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