Telenovela brasileira e o “renascer” do espaço estésico na casa materna

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14e35393

Palavras-chave:

Estudos de televisão, teledramaturgia, Renascer, maternidade

Resumo

O presente estudo objetiva analisar as figurativizações e as relações do maternar na telenovela Renascer, de Benedito Ruy Barbosa – em sua versão reescrita por Bruno Luperi em 2024 –, a partir da personagem coadjuvante Morena. Pelo olhar teórico da existência de um mito sobre o amor materno defendida por Badinter (1985), leva-se em consideração a complexidade do papel da personagem no enredo sobre perda, luto, amor e cuidado maternal. Por meio de preceitos da sociossemiótica, busca-se compreender como – e onde – a obra constrói a narrativa sobre o ser/não ser mãe, focalizando o olhar analítico para os modos de se dar a ver das imagens da casa-calabouço (FISCHER, 2006) e da casa-concha (BACHELARD, 2003). Por fim, entende-se que a narrativa parte de olhares que vão além do entendimento de uma figura de mãe universal: aquela que gera. Acolher, preparar e deixar ir estão entrelaçados na trama do habitar, colocando em tela a personagem acomodada na imagem de uma casa-útero, visto que Morena é (des)construída pelas formas do ser mãe.

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Biografia do Autor

Sandy Aline Palczuk, Universidade Estadual do Centro Oeste

Mestranda no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Letras da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro).

Aline Vaz, Universidade Tuiuti do Paraná

Doutora e mestra com estágio pós-doutoral pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná. Docente do PPGCom/UTP.

Referências

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Publicado

15-07-2025

Como Citar

PALCZUK, Sandy Aline; VAZ, Aline. Telenovela brasileira e o “renascer” do espaço estésico na casa materna. Dispositiva, Belo Horizonte, v. 14, p. e35593, 2025. DOI: 10.5752/P.2237-9967.2025v14e35393. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/dispositiva/article/view/35393. Acesso em: 10 set. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ Dramaturgias em/da cena: artes, corpos e comunicação