Ocularcentrismo

Visão e Interpelação em "O Lobo de Wall Street"

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14e35610

Palavras-chave:

capitalismo, Martin Scorsese, ocularcentrismo, sensorialidade, Cinema

Resumo

O artigo apresenta a relação entre sensorialidade e endereçamento ao espectador por meio do filme “O Lobo de Wall Street”, de Martin Scorsese. Exploraremos a noção de ocularcentrismo para estudar o modo como a interpelação no mundo Ocidental é construída, ao mesmo tempo em que apresentamos as lacunas da concepção. Por outro lado, demonstraremos como o filme explora justamente os pressupostos do ocularcentrismo para desestabilizar a posição distanciada do espectador. No processo, o longa explora questões de consumo, desejo e sensorialidade criticamente, por uma via que não se reduz apenas ao discurso, mas que se revela também afetiva.

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Biografia do Autor

Marcos Gabriel Faria Carrera, Universidade Federal Fluminense

Doutorando pelo PPGCOM-UFF. Mestre pelo PPGCINE-UFF. Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Membro do MiDICom — Grupo de Estudos em Mídias Digitais, Identidade e Comunicação, vinculado ao PPGCOM-UFF. Tem realizado produtos audiovisuais diversos, desenvolvido trabalhos em fotografia e contribuído com produções acadêmicas e literárias para revistas. Além disso, dirigiu o curta-metragem "Caxiense F.C.", contemplado pelo Lab Curta FUNARJ 2021. Já atuou como oficineiro, curador e mediador. Como crítico, contribui para o portal Cine Set desde 2022, maior site sobre cinema do norte do país.

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Publicado

26-08-2025

Como Citar

CARRERA, Marcos Gabriel Faria. Ocularcentrismo: Visão e Interpelação em "O Lobo de Wall Street". Dispositiva, Belo Horizonte, v. 14, p. e35610, 2025. DOI: 10.5752/P.2237-9967.2025v14e35610. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/dispositiva/article/view/35610. Acesso em: 10 set. 2025.