A fabulação ampliada na adaptação do livro-reportagem para o audiovisual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14e35421

Palavras-chave:

Livro-reportagem, série audiovisual, fabulação, documental, ficcional

Resumo

O presente artigo examina as relações entre fabulação e a) realidade, b) reportagem, para assim tratá-la ao lado do ponto central deste estudo: c) adaptação do livro-reportagem. Diferentemente do que se pensa, a fabulação não é oposta ao testemunho, que carrega consigo um caráter literal e imaginativo. Logo, é possível identificar em toda produção jornalística um aspecto documental e fabulativo. Nas notícias, há
um predomínio do documental, que encontra a fabulação no livro-reportagem. Em suas adaptações, a fabulação pode ser ampliada aproximando a reportagem de uma ficção, como ocorreu com a série “Rota 66: A Polícia que Mata”. Como resultado, este artigo apresenta um gráfico que ilustra a fabulação como um recurso ampliado na tradução da obra de Barcellos para as telas,  que não deixa de lado o aspecto documental.

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Biografia do Autor

Gabriel Bhering, Universidade Federal de Juiz de Fora

Jornalista diplomado pela Facom - UFJF, mestrando em Comunicação pelo PPGCOM - UFJF, bolsista FAPEMIG e membro do Núcleo de Jornalismo e Audiovisual (NJA).

Iluska Coutinho, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professora titular da Facom - UFJF, doutora (UMESP) e mestre (UNB) em Comunicação, jornalista diplomada pela UFES. Coordenadora do Núcleo de Jornalismo e Adiovisual (NJA)ual (NJA).

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Publicado

15-07-2025

Como Citar

BHERING, Gabriel; COUTINHO, Iluska. A fabulação ampliada na adaptação do livro-reportagem para o audiovisual. Dispositiva, Belo Horizonte, v. 14, p. e35421, 2025. DOI: 10.5752/P.2237-9967.2025v14e35421. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/dispositiva/article/view/35421. Acesso em: 8 ago. 2025.

Edição

Seção

DOSSIÊ Dramaturgias em/da cena: artes, corpos e comunicação