A fabulação ampliada na adaptação do livro-reportagem para o audiovisual
DOI:
https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2025v14e35421Palavras-chave:
Livro-reportagem, série audiovisual, fabulação, documental, ficcionalResumo
O presente artigo examina as relações entre fabulação e a) realidade, b) reportagem, para assim tratá-la ao lado do ponto central deste estudo: c) adaptação do livro-reportagem. Diferentemente do que se pensa, a fabulação não é oposta ao testemunho, que carrega consigo um caráter literal e imaginativo. Logo, é possível identificar em toda produção jornalística um aspecto documental e fabulativo. Nas notícias, há
um predomínio do documental, que encontra a fabulação no livro-reportagem. Em suas adaptações, a fabulação pode ser ampliada aproximando a reportagem de uma ficção, como ocorreu com a série “Rota 66: A Polícia que Mata”. Como resultado, este artigo apresenta um gráfico que ilustra a fabulação como um recurso ampliado na tradução da obra de Barcellos para as telas, que não deixa de lado o aspecto documental.
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