Eleições presidenciais e política externa brasileira
Resumo
Tradicionalmente relegada ao segundo plano das disputas eleitorais, a política externa começou a figurar, nas últimas duas décadas, como elemento importante do temário de candidatos à Presidência da República no Brasil. Se, em meados dos anos 1980, ouvia-se de um ilustre congressista brasileiro, em tom de galhofa, que “o Itamaraty só dá voto no Burundi”,4 agora a história parece outra. A hipótese que trazemos à voga neste ensaio é a seguinte: a política externa ganhou saliência na medida em que o eleitor médio passou a fazer conexão direta entre os resultados alcançados pelo governante incumbente nas relações exteriores do país e a sua sensação de bem-estar pessoal. Vai ficando mais nítida, ademais, a diferenciação normativa, também no campo das relações exteriores, entre os dois partidos políticos com projetos e recursos para conquistar o Executivo federal brasileiro – o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O presente texto está assim estruturado: na sequência imediata, faremos rápida visita à literatura acadêmica, de modo a apresentar, ainda que sumariamente, o estado da arte; na segunda parte, resgataremos, brevemente, a cronologia das disputas eleitorais sob a Nova República, enfatizando momentos e tópicos de política externa que abasteceram as discussões; mais ao fim do capítulo, proporemos reflexão sobre a eleição presidencial de 2014, buscando entender os motivos que levaram a candidata Dilma Rousseff a menosprezar, em sua campanha à reeleição, as matérias de política externa e seguir, aparentemente, uma direção oposta à que se poderia predizer, dados o fluxo histórico recente e as possibilidades evidentes de exploração política do legado diplomático de Lula da Silva.Downloads
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